Impacto do diagnóstico, estadiamento, tratamento e acesso aos serviços de saúde na
taxa de incidência padronizada por idade do câncer de próstata no brasil: um estudo
ecológico
Neoplasias prostáticas, Epidemiologia, Saúde pública, Brasil.
Introdução: O câncer de próstata (CaP) é a segunda neoplasia mais incidente no mundo
entre a população masculina e se tornou um problema de saúde pública. Objetivo:
Verificar se os procedimentos de diagnóstico do CaP, o deslocamento para o tratamento,
a cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) e as consultas médicas podem estar
associados à incidência do CaP no Brasil. Métodos: Estudo ecológico com dados
secundários de incidência de CaP entre os anos de 2013 a 2021, registrados de acordo
com a CID-10, código C61 no Sistema de Informação de Agravos e Notificações -
SINAN, disponível na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de
Saúde - DATASUS. A taxa de incidência foi calculada e ajustada para 100.000
habitantes. A análise de regressão linear multivariada foi utilizada para verificar os
valores associados à ASIR em relação aos testes diagnósticos, ao estadiamento, ao
tratamento e ao acesso aos serviços de saúde. Resultados: A ASIR vem aumentando ao
longo dos anos no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sul. As regiões
Sul e Norte têm as taxas mais altas e mais baixas, respectivamente. O melhor
desempenho do teste de rastreamento PSA nas regiões Norte e Nordeste contribuiu para
o maior número de diagnósticos. O baixo desempenho do TAUS, na região Sul, teve
impacto no aumento do ASIR. A incidência em estágios iniciais tem sido pior no Brasil,
especialmente nas regiões Norte e Sul. No Brasil, a cirurgia e a radioterapia têm sido
realizadas com mais frequência, mas o aumento da taxa de incidência foi acompanhado
por uma redução na aplicabilidade da quimioterapia + radioterapia na região Norte. O
aumento da cobertura da APS nas regiões Sudeste e Sul possibilitou um maior número
de diagnósticos, bem como um maior deslocamento no país, especialmente nas regiões
Nordeste, Sudeste e Sul. Conclusões: Os resultados apresentaram especificidades para
direcionar a formulação e a implementação de políticas e gestão de saúde.