A FAMÍLIA DE SANTO COMO PROTEÇÃO ÀS MULHERES: UM ESTUDO NA ETNIA JEJE
Família de Santo. Relativização do Patriarcado. Voduns. Violência Doméstica Física.
Neste trabalho, realiza-se reflexões sobre a família de santo como fator de proteção às mulheres, aborda-se a mitologia relativa às voduns femininas, bem como a relativização do patriarcado no candomblé Jeje. Trata-se de uma proposta para ampliar o debate na área com a inclusão da família de santo como uma categoria analítica, somando-se com as reflexões já existentes. A metodologia do mesmo caracterizou-se por uma extensa pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, que se dividiu em duas fases. Na primeira, realizou-se observações participativas, que se desdobraram em anotações de diário de campo relativos a participação em rituais religiosos, e eventos voltados para a comunidade; já a segunda formou-se da realização de entrevistas, entretanto, a pesquisa bibliográfica ocorreu nas duas fases do trabalho. Conclui-se que a proteção às mulheres nessa etnia é decorrente tanto da relativização do patriarcado, como também em decorrência da concepção filosófica de totalidade na qual o homem não é apartado de Olurum e de seus voduns, sendo esta concepção a base de todas as religiões de matriz africana, o que pode indicar a tendência de que não a há violência contra mulheres na grande maioria dos terreiros de candomblé no Pará e no Brasil.