A LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS: A CRIAÇÃO DA COOPERATIVA DAS MULHERES COMO ESPAÇO DE LUTA, RESISTÊNCIA E VISIBILIDADE NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ
Belém
A
Igualdade de gênero. Mulheres. Cooperativa. Movimentos sociais. Cametá.
A presente dissertação versa sobre a história de luta e resistência das mulheres de Cametá, trazendo para um debate mais amplo a luta pela igualdade nas relações de gênero, dentro dos movimentos sociais, a fim de perceber que são, junto com os homens, peças fundamentais no processo de desenvolvimento social. Durante muito tempo as mulheres eram percebidas nos movimentos sociais como receptoras passivas do desenvolvimento, como a figura de que a maternidade e a criação das crianças são os seus papéis mais importantes na sociedade. As informações que trazemos no bojo desta pesquisa são oriundas das observações in loco, das entrevistas realizadas, inclusive algumas via e-mail, uma vez que as interlocutoras estavam viajando e se dispuseram em nos atender, das informações e análise dos documentos das organizações sociais e da nossa vivência junto ao movimento de mulheres da região do baixo Tocantins. Neste âmbito, as formas de organização das cooperadas, a gestão coletiva da produção, a luta pela igualdade de gênero, bem como as estratégias coletivas para o direcionamento das ações da cooperativa das mulheres estão no foco desta investigação. O trabalho vem mostrar a motivação da organização das mulheres na criação de uma cooperativa formada por 40 associadas, visando ao reconhecimento de que elas, por meio de seus papéis produtivos e reprodutivos, são participantes ativas e proporcionam uma importante contribuição, geralmente não reconhecida no município de Cametá. Poucas se sentiam capazes para discutir em situação de igualdade com os homens as reivindicações travadas e em sua comunidade e no município. Poucas participavam nos espaços de decisão nos sindicatos e cooperativas de produção, assim como estavam ausentes dos projetos de geração de renda fomentados nos movimentos sociais. Isso se reflete na ausência de referência à sua contribuição econômica local, ainda que as mulheres fossem as principais responsáveis pela produtividade básica de suas comunidades. A dissertação vem mostrar, então, o outro lado da história, suas experiências , vivências e lutas em Cametá.