“SOMOS VETERANAS!”:
As experiências do tempo vivido a partir das narrativas e das memórias de mulheres travestis e transexuais
mulheresTT, narrativas, memórias, velhice.
Esta dissertação tem por objetivo mostrar a autopercepção das experiências do envelhecimento em corpos de mulheres travestis e transexuais, a fim de trazer à tona narrativas que expressam as vivências ao longo do tempo vivido, e que esbarram nos projetos pessoais das interlocutoras da pesquisa. Sendo assim, as narrativas memoriais contam parte das histórias dessas mulheres, que configuram parte da paisagem citadina de Belém, mesmo não limitando suas experiências apenas a esta localidade. Busco discutir questões relacionadas aos padrões de gênero e transfeminilidades, apontando, assim, as diferenças existentes entre as constituições identitárias de um devir trans na cidade. Logo, as narrativas são os caminhos para o melhor entendimento das particularidades existentes nessa trama que envolve as várias instituições sociais: família, Estado, escola, entre outras. O norte desse texto etnográfico, para além das trajetórias, também envolve as variadas noções sobre o corpo trans envelhescente, logo, as particularidades aparecem nas vivências singulares de cada uma das cinco interlocutoras que fizeram parte dessa pesquisa. As ―barrocas‖ dos dias atuais foram as ―bonequinhas‖ de outrora e afirmam: ‗―velhas não‖, somos ―veteranas‖‘.