PRECISAMOS PISAR NO CHÃO: PLANTAS MEDICINAIS E ANCESTRAIS USOS PRÁTICAS E SABERES ENTRE OS QUILOMBOLAS DE DEUS AJUDE
Conhecimento ancestral, plantas, identidade quilombola, Salvaterra
A presente pesquisa é feita em um território tradicional denominado Deus Ajude e foi incentivada pelos debates sobre comunidades remanescentes de quilombos na ilha de Marajó, iniciados em 1999, por uma equipe do Programa Raízes. O Programa articulava projetos para comunidades tradicionais do estado do Pará, sendo suas ações embasadas no Art.68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) que estabelece que “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir os títulos respectivos”. (BRASIL, 1988). A Comunidade Deus Ajude possui uma população de aproximadamente 300 habitantes. A maioria das 65 famílias faz uso de uma área biodiversa composta por florestas que proporcionam o uso de seus frutos, plantas ancestrais e medicinais, cipós e junco. Além disso, os rios com peixes e outros animais aquáticos compõem um cenário rico e com potencialidade para desenvolvimento de diferentes atividades. Proponho nesse estudo antropológico e sociológico investigar a relação entre os usos das plantas como forma de fortalecimento da indentitária quilombola e sua importância na conservação dos territórios quilombolas do município de Salvaterra, arquipélago do Marajó.