AS “DONAS” DA FEIRA: trajetórias sociais e vivências de trabalhadoras do setor alimentício do Ver-o-Peso (Belém/PA) em meio à pandemia da Covid-19
Informalidade; Mulheres Negras; Pandemia da Covid-19; Setor Alimentício; Ver-o-Peso
O presente texto de qualificação de mestrado tem como objetivo analisar os significados (SCHUTZ, 1979) e as compreensões (WEBER, 2003) de trabalhadoras do setor alimentício do Ver-o-Peso (Belém/PA) diante da Covid-19, que desencadeou na interrupção das atividades e o fechamento do local. Reflito também sobre a atuação do Estado, por meio de políticas públicas de saúde e emprego, sobretudo durante o cenário pandêmico, para contribuir com o conjunto de estudos sobre a informalidade, mulheres negras e a pandemia da Covid-19. A adoção de mecanismos de sobrevivência foram de suma importância para essas trabalhadoras, que são responsáveis por suas famílias e por seus locais de trabalho, como a entrega de refeições por delivery e/ou aplicativos, que geraram estranhamento com o mundo digital e que à despeito dos auxílios fornecidos pelos governos estadual e federal, não foram capazes de suprir a renda familiar adquirida pelo trabalho constante e precarizado (PIRES, 2014; LIMA, 2010) na feira. Esse estudo socioantropológico adotará como perspectiva metodológica a análise qualitativa e quantitativa, recorrendo à abordagem etnográfica junto à feirantes do Ver-o-Peso e suas associações, além de outras fontes mobilizadas, como dados oficiais dos governos, das mídias jornalísticas e de institutos de pesquisa.