Resistência Indígena. Políticas Afirmativas. Indígenas Estudantes da UFPA
As experiências de estudantes indígenas em contextos universitários figuram como uma questão central em meu trabalho, dada minha própria vivência como “outro” no interior institucional e em seus meandros administrativos e acadêmicos. As dificuldades vivenciadas nesses percursos me tocaram pessoalmente, assim como tocaram meu olhar sobre esses outros “outros” que não são eu mesmo. Diante do contexto tratado, portanto, esta pesquisa possui a seguinte problemática: quais são as estratégias de permanência institucional de indígenas estudantes da Universidade Federal do Pará no período de 2021 e 2023 e como tais estratégias podem ser vistas como um processo e ações de resistência na interface com a sociedade não indígena? Quais são as novas sociabilidades e modos de vida que se estabelecem no transcurso da permanência? Como objetivo geral: Identificar e descrever as estratégias de resistência na permanência de indígenas estudantes da UFPA e as transformações em seu modo de vida. Como objetivos específicos: a) sistematizar e analisar as ferramentas oferecidas pela UFPA aos indígenas estudantes, que contribuam para a permanência na universidade; b) levantar, em conjunto com os indígenas estudantes da UFPA, dados qualitativos acerca das ações afirmativas e seus impactos na vida acadêmica; c) identificar e descrever as mudanças nas sociabilidade e modos de vida entre os indígenas estudantes da UFPA; d) realizar uma produção audiovisual com os indígenas estudantes da Universidade Federal do Pará sobre suas estratégias de permanência, os desafios, oportunidades e expectativas a fim de usar como ferramenta de diálogo com a comunidade universitária. Para a realização da investigação, primeiro realizei pesquisa bibliográfica e a Fotoetnografia como ferramenta para introduzir meu olhar no texto. Aliada a isso, a pesquisa de campo, por meio da etnografia multisituada, está sendo realizada desde o ano de 2021 até 2023. O primeiro capítulo tem por objetivo apresentar o percurso de leitura sobre as categorias analíticas que orientam a pesquisa. O segundo capítulo, discute sobre as desigualdades históricas em relação às comunidades tradicionais e apresenta os intelectuais indígenas, seus movimentos e articulações de resistência estudantil na UFPA. Por fim, apresento algumas considerações de continuidade de pesquisa, haja visto que esta ainda encontra-se em andamento.