Território, risco e imaginário da catástrofe em uma cidade amazônica: o caso do transbordamento do Depósito de Resíduos Sólidos da Hydro Alunorte em Barcarena - PA e as suas repercussões no cotidiano da população da comunidade do Bom Futuro.
Território, risco, imaginário,catástrofe, cidade amazônica
O presente trabalho visa consubstanciar a pesquisa etnográfica que desenvolvo na cidade de Barcarena, situada no Nordeste do estado do Pará, motivada pela catástrofe socioambiental ocorrida em fevereiro de 2018, que consistiu na contaminação do ambiente natural, sobretudo das bacias hidrográficas do Rio Murucupí, Rio Pará e Rio São Francisco, comprometendo consequentemente a vida dos coletivos (humanos e não humanos) que vivem em relação de interdependência com os cursos d’água, conforme afirmam os relatórios técnicos formulados pelo Instituto Evandro Chagas. O desastre se deu por meio do contato direto dos efluentes não tratados oriundos do processo de beneficiamento de bauxita em alumina, promovidos na região pela empresa norueguesa Hydro Alunorte, sendo ela uma das maiores do ramo no cenário mundial (MONTEIRO; MONTEIRO, 2007). Sua atuação na cidade, em conjunto com os outros empreendimentos que integram a chamada “cadeia do alumínio”, é matéria de discussão desde seus processos de instalação, principalmente em razão dos impactos e transformações que trouxeram ao cotidiano da população barcarenense.