RÁDIO, CIDADE E MEMÓRIA:
uma etnografia da Belém que toca na Feira do Som
Memória; Cidade; Sentidos; Antropologia Urbana; Mídia
As transformações tecnológicas têm imposto adaptações às emissoras de rádio que possibilitam a formação de realidades híbridas que coexistem em espaços tecnológicos diferenciados, que atendem público e realidades também diferenciadas. A Rádio Cultura do Pará, emissora pública criada em 1977 e ligada à Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), apresenta esse tipo de hibridismo. Neste universo de pesquisa escolhemos trabalhar com o programa “Feira do Som”, um dos programas mais antigos da rádio paraense, no ar desde 1972, analisando-a por meio da metodologia Cartografia Sensível para identificar como o programa, que antes centrava sua produção no locutor e suas preferências de falar para, na atualidade, alterou sua dominância e, objetiva falar com, na intenção de estabelecer relações interativas com os ouvintes. Defende-se como hipótese que a construção de memória social e afetiva da cidade a partir da mídia é facilitada quando esse produto midiático pertence à Comunicação Pública e assume uma postura de falar com e para o ouvinte, possibilitando uma relação afetiva mais estreita.