SER INDÍGENA E ANTROPÓLOGA: TECENDO PESQUISAS COM AS ANTIGAS – ALDEIA SANTA ISABEL – POVO KARIPUNA DO AMAPÁ
Karipuna do Amapá; Povos Indígenas do Oiapoque; Indígenas Mulheres; Memórias Indígenas; Autoetnografia
Esta pesquisa é construída por uma jovem do povo do Karipuna do Amapá, a partir de diálogos e vivências com um grupo de mulheres idosas de seu povo de origem, sendo as mulheres idosas, entre nós Karipuna, comumente chamadas de antigas, as quais são minhas “parentas” por linhagem matrilinear (mãe e tias). No texto, objetivo compreender como as trajetórias destas antigas, nascidas na aldeia Santa Isabel (Terra Indígena Uaçá – Oiapoque – AP), contribuem para pensar, não só suas trajetórias, mas também a trajetória de Santa Isabel, sua aldeia de origem, fundada por seus pais, meus avós maternos. As antigas são as senhoras mais idosas, ainda vivas, a terem memória sobre a constituição deste território. A reflexão que trago se constrói a partir das oralidades, memórias e das vivências individuais e coletivas destas senhoras. Visto que sou descendente delas, no texto há também uma discussão sobre minhas relações com e entre as mulheres antigas e com a aldeia em questão, bem como reflexões sobre a importância de nós, indígenas, falarmos e escrevermos em nossos próprios termos, sobre os aspectos éticos e políticos que isto implica; e sobre o enfoque autoetnográfico que é considerado na dissertação.