MAKÊ O ÑEHXI E O OROTÓ: “As práticas em saúde/doença/cura entre homens indígenas da aldeia Mapuera, Oriximiná, noroeste do Pará.
Saúde, doença, cura e povos indígenas
A realização de uma pesquisa em saúde focada nas subjetividades dos povos indígenas, seguindo o enfoque da antropologia da saúde sobre tal debate, é a proposta dessa qualificação de Tese de doutorado. As reflexões frente as possíveis mudanças ocorridas acerca das práticas de saúde/doença/cura entre os homens na aldeia Mapuera, noroeste do Pará, me levaram a fazer leituras referentes a esse povo e a pensar nos pontos de vista sobre a concepção de saúde/doença/cura entre os indígenas desse local e as suas transformações, relacionadas a fatores ontológicos e sistemas cosmológicos em transformação que podem ter ocorrido ao longo de sua história. Busco compreender de que forma os indígenas da aldeia Mapuera vem articulando essas práticas de saúde/doença /cura, tornando-se o tema central dessa proposta de pesquisa. Nessa trajetória, desde a concepção desse estudo, os indígenas manifestaram a ideia de ser necessário ter conhecimento histórico dessas práticas de cura de seus antepassados, especificamente as crianças e adolescentes. Isso se tornou significativo para a construção do objetivo central dessa proposta de pesquisa que é analisar as transformações das práticas de saúde/doença/cura entre os indígenas homens na aldeia Mapuera, a partir de suas ontologias. A vivencia acadêmica, seja como professor ou pesquisador, somadas as reflexões sobre esse tema, me levaram a estabelecer a seguinte pergunta de pesquisa e problemática a ela associada: Quais são os conhecimentos e as práticas de saúde/doença/cura direcionadas aos homens indígenas na aldeia Mapuera? A metodologia para desenvolver esse estudo está pautada na revisão bibliográfica e na pesquisa etnográfica, visando identificar quais as transformações ao longo do tempo na concepção de saúde/doença/cura entre os indígenas dessa aldeia. As leituras e observações em campo vem demonstrando que os deslocamentos constantes desses indígenas das Guianas para o Brasil, os contatos com indígenas de outros grupos; as relações com agentes e agencias do estado brasileiro, a evangelização e a implantação da internet, em julho de 2018, se apresentam como possíveis motivadores de mudanças, adaptações e (re) invenções desse grupo indígena, conforme as concepções de Roy Wagner, fatos que influenciam na concepção de adoecer, do curar e de ter saúde, a partir da noção de pessoa, cuja confirmação será mais maturada nos próximos trabalhos de campo, onde as observações e a convivência cotidiana serão eixos norteadores para chegar a termo dessa pesquisa.