RELAÇÕES SOCIAIS E SABER-FAZER NA PESCA DE CAMARÃO NA COMUNIDADE MARI-MARI, MOSQUEIRO (BELÉM/PA).
PESCA DE CAMARÃO. SABER-FAZER. COMUNIDADE MARI-MARI. MOSQUEIRO (BELÉM-PA).
O saber-fazer das populações amazônicas aliam, cotidianamente, produção econômica, modos de vida tradicionais e práticas culturais, em correlação direta com a natureza. Na comunidade Castanhal do Mari-Mari, situada na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém/PA, a pesca do camarão é uma atividade central para a provisão de renda às famílias locais, devido ao seu potencial comercial, influenciando a dinâmica da vida cotidiana dos pescadores. Da mesma forma, é um veículo potencializador dos laços de sociabilidade e da atualização de um saber-fazer local que, por meio da etnografia – incluindo pesquisa bibliográfica, entrevistas semi-direcionadas e observação participante –, procuramos registrar e, consequentemente, compreender. No contato direto com seis pescadores, e especialmente acompanhado suas saídas para pesca e despesca do crustáceo, conhecemos locais, instrumentos, produtos e circuitos feitos pelos pescadores e pelo pescado, constatando a coexistência de elementos tradicionais e inovações absorvidas a partir do contato com outras realidades pesqueiras. Constatamos, assim, que a pesca de camarão em Mari-Mari ocorre de forma artesanal, mas tem passado por transformações que são vivenciadas, também, no saber-fazer local, repercutindo nas maneiras de interpretação da realidade. Verificamos, por fim, que essa atividade reúne uma gama de saberes empíricos apreendidos e retransmitidos geracionalmente, mas vem enfrentado empecilhos à sua continuidade, devido ao fato de as novas gerações estarem, cada vez mais, buscando outros meios de subsistência, inclusive se ausentando da vida cotidiana na comunidade para viverem no centro urbano.
Palavras-chave: Pesca de camarão. Saber-fazer. Comunidade de Mari-Mari, Mosqueiro
(Belém/PA).