“Urbi et Orbi. Localização e globalização no mundo da canção popular paraense
Canção Popular Paraense, Amazônia, Local, Global, Cultura Musical,
Invenção.
Número
A tese procura abordar, por meio de uma perspectiva teórica da cultura como invenção,
o processo social como convenção (WAGNER, 2012) e da agência dos objetos
artísticos (GELL, 1996), como se caracteriza uma cultura musical em seu processo, um
mundo artístico (BECKER, 2010), por meio de sociações de diversas colorações
(SIMMEL, 2006) consolidando um grupo sonoro (BLACKING, 2010) que atua em um
contexto de interação mundial por meio dos processos globalizadores (HANNERZ,
1996; CANCLINI, 2008; APPADURAI, 1994). Procuro mostrar que o mundo da
canção popular paraense contemporâneo é uma formação social caracterizada como um
conjunto social marcado por certa estabilidade nas suas ações e perspectivas
socioculturais e por formas de interação diversas que são praticadas entre uma
diversidade de membros, intra e intergrupal, que formam redes de sociação e atuam em
diversas dimensões, como em cenas locais e translocais, sendo esta última tomada a
partir das 1) conexões entre artistas locais com outros artistas já estabelecidos no
cenário nacional brasileiro, e 2) das experiências de atores em contextos transnacionais.
A forma de obtenção de dados se valeu da proposta de etnografia multissituada
(MARCUS, 1995), elemento fundamental para compor o quadro de elementos a ser
analisado, haja vista o contexto marcado por certa dispersão de tais dados. Isso feito por
meio do “seguir” os eventos, atores e os dados, em lugares físicos ou virtuais. O
trabalho está dividido em duas partes. A primeira, intitulada Cultura Musical como
Invenção, está dividida em quatro capítulos “Trajetória e campo”, “Invenção da cultura
no mundo da canção popular paraense – I” “Invenção da cultura no mundo da canção
popular paraense – II” e “Recriações na cultura musical paraense contemporânea: o caso
do carimbó”. A segunda parte, chamada de Processo Musical como Convenção, é
composta por cinco capítulos: “A cena local: os lugares da canção como espaço
praticado para projetos”, “A cena translocal: projetos e práticas, redes e conexões”, “A
cultura musical paraense em processos globais: fluxos, fronteiras e hibridações”,
“Festival de Música Popular: a(tua)ção ritual no processo musical” e “A cena local em
ambientações digitais: o Jambu Live como festivalização virtual”.