QUANDO EU NASCI, EU ERA O ANJO TORTO E REPETIA PRA MIM: “NÃO VOU SER GAUCHE NA VIDA” - Um estudo sociológico sobre Gênero e Deficiência
deficiência; capacitismo; gênero; corpo
Este texto de qualificação é um estudo sociológico sobre o corpo com deficiência e gênero, que tem como metodologia a autoetnografia. Os conceitos são debatidos a partir da narrativa da minha história de mulher com deficiência e de mais duas interlocutoras: Juno e Débora. Partindo do entendimento que o corpo é uma construção social (BRETON, 2012) faço questionamento de como nossos corpos de mulheres com deficiência são lidos e construídos socialmente, tendo como fio condutor o conceito de capacitismo (MELLO, 2012), opressão que permeia a vida social de pessoas com deficiência. É um texto que localiza a deficiência no campo sociológico, em certo momentos fazendo contrapontos `a leitura biomédica da deficiência. A análise interseccional (AKOTIRENE, 2018) e a Teoria Feminista da Margem ao Centro de bell hooks (2019), são aportes teóricos fundamentais para não cairmos na armadilha de generalização da categoria mulher. Utilizo Stuart Hall (2016) para debater sobre representação, utilizando a abordagem discursiva construtivista, o conceito de poder em Foucault (1979), identidade e diferença em Homi K. Bhabha (1998), para analisar como duas telenovelas da rede globo, Haja Coração (2016 e 2020) e Viver a vida (2009) criaram representações de personagens com deficiência em suas tramas e como atua o capacitismo nessas representações e narrativas.