Uma coderiva no mundo sensível do igarapé Jamaci
e nas múltiplas dimensões das paisagens insulares e de várzea belenenses
Belém
1. Paisagens insulares e de várzea de Belém (PA) 2. Moradores do
igarapé Jamaci 3. Percepção das paisagens 4. Memória
Numa perspectiva que considera as potências e as agências das águas das paisagens
insulares e de várzea belenenses, a presente pesquisa propõe um percurso nas suas
múltiplas dimensões, a partir das experiências estéticas e éticas vivenciadas junto com os
moradores da ilha de Paquetá e, principalmente do igarapé Jamaci. Através de uma
abordagem metodológica que visa a experimentar formas de investigar e apresentar tais
experiências através do uso das artes no trabalho de campo, essa pesquisa busca
contribuir para o melhor entendimento de questões em torno das formas de morar,
configurar e perceber tais paisagens pelos seus moradores (INGOLD, 2000). Partindo do
principio que construímos e somos construídos pelas dinâmicas das paisagens, é possível
entender tal processo enquanto uma expressão coexistencial que é perceptível na
arquitetura e nas coisas, nas tarefas cotidianas, nas relações entre os humanos e os não
humanos, nos corpos, e nas leituras sensíveis dos elementos constitutivos das paisagens
tais como as marés, as lamas, o cultivo do açaí, a pesca, entre outros. Esse processo
coexistencial vincula coisas e seres com suas agências múltiplas e sensíveis, cujas
complexidades merecem tanto o entendimento de seus fenômenos materiais quanto
imateriais que se manifestam nas narrativas, nas imagens, nos gestos, nas crenças que
constituem às memórias do e no lugar. Isso implica em uma coderiva dos moradores
junto com a antropóloga, nas múltiplas dimensões do mundo sensível deles.