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Ambiente; Comunidade Benevides; Pajelança Quilombola; Plantas de
Curas; Território.
O presente projeto de tese pretende discutir a expressão religiosa denominada Pajelança
Quilombola, na comunidade Benevides, em Aurora do Pará, cujos protagonistas dessa
expressão são povos quilombolas herdeiros de ancestrais que trabalharam nos engenhos
de açúcar no século XIX, denominados engenhos do Aproaga e engenho do Calixto. Para
a legitimação do território herdado, os quilombolas, em parceria com diversas instituições
de pesquisa e de reconhecimento étnico e agrário e em parceria com os movimentos
sociais, cartografaram seu território e instrumentalizaram suas cosmologias, como defesa
do território e dos usos dos recursos naturais existentes, que estão ameaçados pelo
agronegócio, fazendas e mineradoras de caulim. A Pajelança quilombola é uma expressão
religiosa, compreendida nesta pesquisa como resistência ao resguardo das memórias
ancestrais e a garantia da etno-identidade, na comunidade. Essa pajelança faz bricolagem
e hibridização das religiosidades católicas, umbanda, pajelança e o acompanhamento de
espíritos ancestrais, que protegem os recursos naturais do quilombola. O protagonismo
religioso da expressão religiosa em tela é expresso pelo Pajé e as benzedeiras da
comunidade, que utilizam seus saberes botânicos e sagrados para curas de doenças. Desta
forma, a pesquisa produziu dois capítulos, sendo o primeiro intitulado “Ocupação,
famílias e memórias”, onde destaco a antropização dos indígenas e povos pretos na região,
a ocupação dos portugueses e seus domínios socioeconômicos e políticos e, portanto,
escravocratas, a partir dos engenhos. No segundo capítulo, denominado “Percursos à
comunidade Benevides: ambiente e território”, reflito acerca da minha empreitada
etnográfica na região e discuto sobre o ambiente comunitário e o território de Benevides
sobre o território. Após as reflexões desses capítulos avanço para o terceiro “A Pajelança
Quilombola na comunidade Benevides”, ora em construção.