DEBATENDO RACISMO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Racismo Religioso. Oralidade. Gênero debate.
Com base nos pressupostos metodológicos da pesquisa-ação THIOLLENT (1986) e ENGEL (2000), o presente trabalho visa desenvolver práticas interventivas para enfrentamento ao racismo religioso que se manifesta em ações e discursos de ódio reverberando em atos de violência física e verbal contra os praticantes do Tambor de Mina, religião oriunda de negros escravizados que vieram para o Maranhão, sendo alvo de perseguição ao longo de toda a sua história. Temos como objetivo geral contribuir para o combate ao racismo religioso na sociedade a partir da constatação de sua existência, sensibilizando para o respeito aos elementos característicos do Tambor de Mina por meio do uso do gênero oral debate. Para desenvolver as ações atinentes ao tema, optamos por explorar a oralidade, pois acreditamos ser imprescindível o desenvolvimento de ações que estimulem o aluno a falar com responsividade, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade de argumentação tanto pela identificação dos tipos de argumentos e escolhas linguísticas adequadas ao contexto interacional quanto pelo conhecimento do tema debatido. As ações foram desenvolvidas com o intuito de ressignificar a nossa prática docente por meio de um processo reflexivo para o desenvolvimento de estratégias que contribuam para o desenvolvimento integral dos alunos. As ações realizadas tiveram como aporte teórico os estudos acerca do racismo em CARNEIRO (2023), NASCIMENTO (2019), BENTO (2022) e GONZALEZ (2022); nos estudos sobre o Tambor de Mina do Maranhão, temos como referência FERRETI (2009) e FERRETI (2000) no âmbito dos estudos sobre gêneros textuais em perspectiva interacionista, de modo geral, e o gênero debate em especial, recorremos a BAKHTIN (2021 [1940]); SCHNEUWLY E DOLZ (2004), KOCH (2022), FERRAREZZI (2018). O projeto culminou na elaboração de uma proposta pedagógica aplicada em uma turma do oitavo ano onde foi possível levar os alunos a entenderem o racismo religioso em relação ao Tambor de Mina como uma face do racismo na sociedade; além de compreenderem a importância da manifestação oral para o exercício da cidadania e da argumentação no processo de interação.