DO TEXTO ESCRITO À MÍDIA DIGITAL: A CONTRUÇÃO DA IDENTIDADE REGIONAL PARAENSE PELOS SUJEITOS ALUNOS DO PROJETO MUNDIAR
Mundiar; Análise do Discurso; Mídias digitais.
Sob o aporte teórico da Análise do Discurso, o presente trabalho possui como temática a análise discursiva acerca do material didático gráfico Caderno de Cultura-Pará, tilizado em sala de aula no Projeto Mundiar, a fim de apresentar um produto educacional voltado a docentes do ensino fundamental da rede estadual e municipal, contendo propostas de atividades a serem desenvolvidas em turmas do ensino fundamental para a produção de vídeos que reafirmam a identidade regional paraense dos sujeitos alunos participantes. Tal estudo justifica-se pelas observações realizadas no material utilizado no Mundiar que apresenta aspectos da identidade
cultural das regiões Sul e Sudeste, portanto percebe-se a ausência da propagação da identidade regional amazônica-paraense tanto na mídia digital quanto nos livros didáticos. Para nortear este estudo, privilegiou-se alguns conceitos da Análise do Discurso (AD) e das mídias digitais pois apresentar ferramentas conceituais para realizar análises dos materiais gráficos do Mundiar, bem como propor produções audiovisuais que apontem para uma perspectiva discursiva. Pensando-se em atividades a serem desenvolvidas com turmas do ensino fundamental, preferencialmente do Projeto Mundiar. Os procedimentos metodológicos gerais desta pesquisa englobam a pesquisa-ação devido envolver a prática em sala de aula e a participação de sujeitos alunos, além das pesquisas quantitativa e qualitativa, visto que na avaliação diagnóstica implementada há questões objetivas e subjetivas. Como suporte teórico adotou-se na linha da Análise do Discurso os preceitos de Foucault (2007, 2008,2014) e Pêcheux (2002). Em relação às mídias digitais privilegiou-se Gregolin (2003,2004,2006,2007), Martino (2015), Martin-Barbero (2009) e Cunha (2011). Utilizou-se para discorrer acerca da identidade e cultura Bauman (2005), Hall (2006), Certeau (2005). Recorreram-se também a Belloni (1999), Niskier (2000), Keegan (1996) e Peters (2001) no que concerne à Educação a Distância. Para elaboração das atividades contidas no produto educacional proposto “Eu sou de um país que se chama Pará: do roteiro à produção de mídias digitais”, utilizou-se as orientações de Lopes-Rossi (2002,2008), Ohuschi (2018, 2019) e Antunes (2003). Por meio da análise da atividade diagnóstica percebeu-se nos discursos dos sujeitos alunos alguns aspectos concernentes à visão desses autores a respeito do projeto Mundiar e ao material didático utilizado em sala. Ainda foram analisadas como os papéis são assumidos tanto pelo personagem / docente das teleaulas, quanto pelos discentes e pelo professor mediador de conhecimento do projeto, papel o qual nos identificamos enquanto professora/pesquisadora. Foram constatadas algumas lacunas no material didático referido, tais como ausência dos aspectos da identidade e da cultura regional paraense, além de haver uma disparidade temporal entre o contexto em que foram produzidas as videoaulas e o contexto atual. Portanto, a produção de roteiros e de vídeos curtos a respeito da identidade cultural paraense pelos sujeitos alunos, possibilitará aos discentes exercerem o papel de protagonistas, de sujeitos alunos autônomos, capazes de utilizar os novos recursos da mídia digital ara se reafirmarem enquanto cidadãos participativos na comunidade escolar e