GAMIFICAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura; Escrita; Letramento digital; Contexto de produção; Gamificação.
O presente trabalho objetiva analisar a produção textual de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, no que se refere à argumentação, por fazer parte da vida em sociedade e ser o meio pelo qual os alunos se inserem como sujeitos nas diversas práticas sociais das quais participam, sejam elas em ambiente escolar, familiar ou em ambiente digital. Considera-se, então, a necessidade de inclusão das práticas de letramento digital no processo ensino-aprendizagem, pois, mesmo sendo nessas interações que mantêm contato mais frequente com a leitura e a escrita, os alunos apresentaram dificuldades em relação às funções e aos aspectos que compõem os gêneros discursivos por meio do qual materializam suas intenções comunicativas, conforme apontaram as análises das produções textuais. Nessa perspectiva, a questão que norteou esta pesquisa foi: Como os princípios utilizados em jogos – gamificação – engajados no contexto da sala de aula podem contribuir para o desenvolvimento da leitura e da produção textual do tipo argumentativo? Para responder a esse questionamento, foi elaborada uma proposta de intervenção baseada em metodologias ativas para o estudo do texto argumentativo, que buscou confirmar /negar duas hipóteses: a) os sujeitos não possuem conhecimento suficiente sobre os aspectos do contexto de produção, bem como sobre as esferas de circulação dos textos; b) entender a estrutura dos jogos, por meio de um conjunto de atividades de linguagem a serem desenvolvidas, pode facilitar o aprendizado da organização dos elementos composicionais do texto argumentativo. Definiu-se como objetivo principal analisar a responsividade dos alunos na escrita do texto argumentativo, e como objetivos específicos: a) identificar os aspectos composicionais dos textos argumentativos produzidos pelos alunos em meio digital e escolar; b) estabelecer relação entre as estruturas dos textos produzidos e a estrutura argumentativa; c) reconhecer se a intervenção mediada por jogos colabora para uma ação responsiva dos alunos, quanto a aspectos das condições de produção do texto argumentativo, em ambiente digital e escolar. Para fundamentação teórica adotamos os estudos dialógicos e sobre os gêneros discursivos de Bakhtin (2003, 2014) e Rojo (2005), Antunes (2003) sobre a escrita como atividade interativa, Antunes (2010) e Koch (2017) quanto à forma como a informação é veiculada – informatividade, Koch e Elias (2017, 2018), que tratam das estratégias de produção textual e argumentação, Rojo e Moura (2012) sobre os multiletramentos, em Alves (2015) e na pesquisa Paula (2016) sobre gamificação como prática pedagógica e as perguntas de leitura de Menegassi (2010). A pesquisa se desenvolveu de acordo com a abordagem metodológica da pesquisa qualitativa, de natureza aplicada.