A PRÁTICA DA INTERTEXTUALIDADE NA FORMAÇÃO DE LEITORES E PRODUTORES DE TEXTO PROFICIENTES
Intertextualidade; Ensino-aprendizagem; Leitura; Escrita;
Esta pesquisa tem como tema a intertextualidade na formação de leitores e produtores de texto proficientes, e apresenta como foco esse fenômeno como fator relevante para o processamento do texto na leitura e na escrita. Problematiza-se o fato de que, embora haja estudos, experiências e pesquisas que mostram novas
metodologias para desenvolver um trabalho com leitura e escrita, que valorize o aluno como o principal agente do processo comunicativo e torne-o competente nas suas práticas sociais, há, decerto, ainda uma parte de estudantes que não tem domínio suficiente de recursos textuais-discursivos. Um desses recursos que poderia
favorecer a capacidade de leitura e escrita seria a prática da intertextualidade em sala de aula, pois é crucial fazer os alunos perceberem que os textos que eles leem não surgiram isoladamente, mas que mantêm uma relação com outros já existentes. E é nesse sentido que se apresenta esta pesquisa, cujo objetivo geral é desenvolver o conhecimento de alunos de 8o/9o ano sobre o fator intertextualidade, no processamento do texto tanto na leitura quanto na escrita. Para o presente estudo, inicialmente foi feita uma revisão bibliográfica para identificar as teorias que abordam a intertextualidade, discutindo sua natureza, suas tipificações, sua importância e relevância, bem como focalizou-se a intertextualidade como objeto de atividades nas
aulas de língua portuguesa com a intenção de esclarecer qual realmente é a função que ela pode cumprir na prática de leitura e produção de texto. Para isso, foram considerados os estudos de vários autores, como Abaurre e Pontara (1999), Val (2000), Bakthin (2003), Soares (2004), Fiorin (2006), Koch & Elias (2006), Bazerman (2007), Marcuschi (2009), Koch, Bentes & Cavalcante (2012), Antunes (2017). Em termos metodológicos, este trabalho desenvolveu-se por meio da pesquisa-ação, pois, a partir da constatação de um problema recorrente em duas turmas de oitavo ano, da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Piauí, a qual passou a ser alvo de investigação/observação, pensou-se logo em ações, no contexto do ensino da leitura e escrita, que pudessem confrontar o problema encontrado naquelas turmas, mas, para isso, contou-se com a ação conjunta dos participantes envolvidos para uma possível transformação daquela realidade em que estes se encontravam. A abordagem dos dados desta pesquisa é de natureza quali-quanti, uma vez que foi feito um levantamento de dados objetivamente quantificados e procurou-se interpretá-los; ao mesmo tempo, foram feitas propostas de atividades envolvendo a intertextualidade, com vistas a favorecer os sujeitos envolvidos uma reflexão no ato de ler e escrever dentro e fora da sala de aula. Os resultados obtidos pela aplicação da proposta didática, em que se considerou o recurso da intertextualidade como objeto de atividades nas práticas de leitura e produção textual, foram satisfatórios e animador, pois alguns alunos que apresentavam imensa dificuldade nas práticas de ler e escrever, passaram a ter menos dificuldade em relacionar, compreender, interpretar e produzir textos. Este trabalho proporcionou uma experiência enriquecedora e mostrou que, com a utilização consciente do recurso da intertextualidade em sala de aula, é possível contribuir para a formação de bons leitores e bons escritores.