PRÁTICAS DE LEITURA ORALIZADA NO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: Uma proposta de intervenção com narrativas infanto-juvenis.
Fluência em leitura oral. Compreensão leitora. Circuito Mínimo de Atividade
A leitura é uma prática indispensável para a formação integral de cidadãos críticos e atuantes na transformação da sociedade. Nesse sentido, fazendo parte como mediadora desse processo e observando as inúmeras dificuldades que os alunos enfrentam para ler com fluência e compreender o sentido do texto, objetivamos nessa pesquisa demonstrar o efeito da compreensão oral de textos lidos no desenvolvimento da fluência em leitura oral. Como objetivos específicos, buscamos: verificar se o trabalho com o Sistema Narrativo-personagem (SNP) favorece a compreensão do texto lido; perceber em quais atividades os alunos demonstram mais compreensão do texto lido; e reconhecer se os alunos demonstram mais fluência em leitura oral após a implementação do SNP. Para realizar o estudo apresentado, partimos da perspectiva dialógica e sociointeracionista da linguagem, pois compreendemos a língua como atividade social e histórico-cultural (BAKHTIN, 2003). Além disso, tomamos como referencial teórico a concepção de gêneros textuais de Dolz e Schneuwly (2004), de Circuito Mínimo de Atividade (CMA) de Cordeiro e Liaudet (2021), de fluência em leitura oral de Martins e Capellini (2014), Puliezi e Maluf (2014), bem como de leitura de Koch (2008), Kleiman (1992) e Martins (2006). Como metodologia, recorremos à pesquisa-ação, já que utilizamos como campo de estudo a nossa sala de aula, na qual a professora/ pesquisadora e os alunos são os participantes do processo de investigação científica. Os resultados desta pesquisa evidenciaram que os alunos tiveram avanços significativos no desenvolvimento dos componentes da fluência leitora (velocidade, precisão e prosódia). No entanto, o desempenho relacionado à compreensão oral foi pouco expressivo, devido às inúmeras carências apresentadas por eles, como: pouco apropriação de vocabulários, ineficiência na realização de inferências e ainda a pouca apropriação da estrutura linguística dos textos, entre outros. Embora não tenha havido melhoria na leitura de todos os participantes, verificamos que a intervenção com o dispositivo CMA teve um impacto positivo no desenvolvimento da compreensão leitora oral de alguns alunos. Através das atividades que envolveram interações entre aluno-professor e aluno-aluno, observamos melhorias na habilidade de construir inferências e reconstruir o significado não literal do texto, o que também aprimorou a compreensão do texto escrito.