Atividade Antileishmania de Aspidosperma nitidum Benth. Ex Müll. Arg (Apocynaceae)
Aspidosperma nitidum; Leishmania amazonensis; diidrocorinantel e alcaloides
Introdução: Extrato e fração de acalcaloides (FA) de Aspidosperma nitidum mostraram-se ativos sobre formas promastigotas e amastigota de Leishmania Leishmania amazonensis. Objetivo: Investigar se os alcaloides são os responsáveis pela atividade antileishmania de A. nitidum, bem como as alterações que ocasionam no parasito. Metodologia: Incialmente, foi realizada uma revisão da literatura visando identificar o potencial leshmanicida dos alcaloides e possíveis mecanismos de ação. O extrato etanolico de A. nitidum (EE) foi submetido a partição ácido-base e sob refluxo, sendo obtidas as frações de neutros (FN), alaloídica (FA), hexânica (FrHEX), diclorometânica (FrDCL), acetato de etila (FrAcOEt) e metanólica (FrMeOH). A FA foi submetida ao fracionamento em cromatografia aberta, sendo isolados 3 compostos e somente um foi identificdo por RMN. Todas amostras foram submetidas ao ensaio em promastigota e amastigota de Leishamnia (L.) amazonensis, selecionando-se as mais ativas para as análises microscópicas. Resultados e discussão: Os artigos revisados demonstraram que alcaloides indólicos mostraram-se promissores como leishmanicida e os principais mecanismos envolvidos nesta atividade ainda não são conhecidos. Estudos fitoquímicos da A. nitidum levaram ao isolamento de diidrocorinanteol (alcaloide indólico). O fracionamento do EE de A. nitidum levou a obtenção de alcaloides ativos contra a forma promastigota, sendo o diidrocorinateol o com maior atividade (CI50 38,4 µg/ml). Enquanto que para a atividade antiamastigota, a FA (CI50 18,5 µg/ml) foi mais ativa que o EE (CI50 23,87 µg/ml) e o diidrocorinateol (CI50 61,5 µg/ml). Quando se relaciona a citotoxicidade a atividade antiamastigota, o maior índice de seletividade foi observado para o EE sugerido que este seja mais promissor como leishmanicida. Análises em microscopia demonstraram que o FrDCL e os alcaloides alteraram, em baixas concentrações a bolsa flagelar de promastigotas. O EE, FA e diidrocorinateol ocasionaram as seguintes alterações em amastigotas de L. amazonensis: vacuolização citoplasmática e aumento no número de inclusão lipídicas. Conclusão: A atividade leishmanicida de A. nitidum está relacionada aos alcaloides e o possível mecanismo de ação envolve alterações na bolsa flagelar.