“Estudos químicos e atividades biológicas de Eleutherine plicata Herb”.
Eleutherine plicata; naftoquinonas; antiplasmódicos.
A Eleutherine pilcata mostrou-se promissora como antiplasmódica, a fração diclorometano e isoleuterina apresentaram efeito genotóxico superior ao controle negativo. Objetivo: Realizar estudos químicos e para a atividade antiplasmódica de E. plicata, sendo investigados os possíveis mecanismos de ação e o marcador farmacológico. Metodologia: Análogos da isoeleuterina foram submetidos a avaliação de predição in silico para atividades biológicas, farmacocinéticas e toxicidade. O docking molecular foi realizado para os compostos majoritários. O extrato etanólico foi fracionado e da fração diclorometano foram isoladas substâncias, as quais foram identificadas por métodos espectroscópicos e foram submetidas a avaliação antiplasmódica pelo método microsteste tradicional e lactato desidrogenase parasitária. Também foram avaliadas as alterações parasitárias por microscopia eletrônica de transmissão e avaliou a inibição da formação da β-hematina. Resultados: Nos estudos in silico, nenhuma alteração proposta da isoeleuterina diminuiu a toxicidade, não alterou significativamente os aspectos farmacocinéticos, as atividades biológicas foram antineoplásicas e antimalárica. A eleuterina e isoleuterina ligaram ao cyt bc1 de modo similar a atovaquona. Do extrato foram isolados duas naftoquinonas: eleuterina e isoeluterina, dois naftalenos, eleuterol e hongconina, uma antraquinona. O fracionamento do extrato levou a obtenção com maior atividade antiplasmódica (fração diclorometano CI50 < 10 μg/mL). A atividade antiplasmódica desta fração foi atribuída a eleuterina (3d7= 8,05±6,48; 6,35±1,93; W2= 5,72±3,49; 14,18±4,19 μg/mL) e seu isômero isoeleuterina (3d7= 2,57±0,78; 8,63±0,85; W2= 3,38±1,97; 7,01±1,16 μg/mL), porém seus índices de seletividades foram menor que 1. Analises em microscopia eletrônica de transmissão mostraram que a isoleuterina e eleuterina alteram a morfologia da mitocôndria, diminuem a hemozoína, ocasionam inclusões citoplasmáticas e cromatina densa no P. falciparum. Estes compostos não inibiram a formação da β-hematina. Conclusão: eleuterina e isoeleuterina são os responsáveis pela atividade antiplasmódica de E. plicata, ocasionando alterações em várias estruturas e ultraestruturas do parasito e parece que seu efeito antiparasitário possa ser similar a atovaquona.