Padronização da infusão a base de Momordica charantia l. (Curcubitaceae) e avaliação de suas atividades analgésica, antiinflamatória e citotóxica.
Momordica charantia, escabiose, desenvolvimento de fitoterápicos, preparação extemporânea, uso tópico.
Nas últimas duas décadas, a Fitoterapia vem se estabelecendo no Brasil como Prática Integrativa e Complementar ensejando o estabelecimento de políticas e seus instrumentos de regulação e de aplicação, como o Formulário de Fitoterápicos de 2011 e 2021, e o Memento Fitoterápico, de 2016, que dão suporte para a manipulação e a prescrição, conferindo efetividade e segurança a medicamentos e produtos tradicionais fitoterápicos. A dermatite, uma disfunção da barreira cutânea, seguida da desregulação do sistema imunológico e alteração do microbioma cutâneo, é caracterizada pelo aparecimento de sinais de inflamação da pele, como vermelhidão, descamação, ressecamento, erupções pruriginosas e crostas. Aumentou consideravelmente nas últimas três décadas, tornando-se um importante problema de saúde pública, em especial nos países industrializados. Dentre os diversos tipos de dermatites está a Escabiose, com ocorrência universal, pode ou não estar vinculada a hábitos de higiene e geralmente, ocorre sob a forma de surtos em comunidades fechadas ou em grupos familiares. A doença pode ser tratada com Ivermectina, Permetrina ou Enxofre, esta terapia pode apresentar problemas de segurança e baixa efetividade, o que abre a perspectiva de se inovar no tratamento desta parasitose aproveitando a prática popular de uso do melão de São Caetano, nome popular da M. charantia. A proposta apresentada se baseia nas monografias sobre M. charantia L. (Cucurbitaceae) publicadas pela Organização Mundial de Saúde-OMS e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA e no fato de a espécie ser utilizada na fitoterapia popular das Américas Central e do Sul para tratar escabiose e dermatites. Visando aproveitar este uso na atenção básica em saúde no Brasil, se propõe, neste projeto, incorporar o extrato seco obtido a partir das partes aéreas, no preparo de um infuso para uso tópico. Cujas etapas metodológicas foram de caracterização do extrato a partir da droga por meio de análises térmicas e cromatográficas, bem como descrição microscópica do farmacógeno e abordagem fitoquímica.