FREQUÊNCIA DE HEMOLISINAS ANTI-A E ANTI-B EM DOADORES DE SANGUE DO GRUPO SANGUÍNEO “O” DO HEMOCENTRO COORDENADOR DA FUNDAÇÃO HEMOPA
Palavras- chave: Hemolisinas, anticorpos anti-A e anti B, doadores de sangue.
A descoberta do sistema de grupos sanguíneos ABO, por Karl Landsteiner em 1900, foi fundamental para o início da era da medicina transfusional, e até hoje é considerado o grupo sanguíneo de maior importância clínica na prática transfusional devido sua alta imunogenicidade. Após a prescrição de um hemocomponente é obrigatório o serviço de hemoterapia realizar os testes pré-transfusionais, os quais têm o objetivo de evitar uma possível reação transfusional em decorrência dos anticorpos naturais anti-A e anti-B presentes no plasma do doador. Estes anticorpos, geralmente, são de classe IgM, com reatividade máxima à baixas temperaturas (4°C). Entretanto, em indivíduos do grupo sanguíneo “O”, em sua maioria são de classe IgG, que reagem a 37°C (anticorpos quentes), ativam o sistema complemento e podem atravessar a barreira placentária. Estes anticorpos podem apresentar-se em altos títulos, sendo assim denominados hemolisinas. Quando estas hemolisinas estão presentes no plasma do doador, confere um potencial risco para uma reação transfusional por hemólise intravascular, nos casos de transfusão de concentrado de plaquetas com grupo sanguíneo ABO diferentes, entre doador e receptor (não isogrupo), haja vista, que estas células encontram-se em meio plasmático na bolsa. Devido o risco transfusional, todo hemocomponente prescrito, deve preferencialmente obedecer ao mesmo grupo sanguíneo do paciente em casos de transfusões sanguíneas. Entretanto, em situações de grande demanda de concentrado de plaquetas, os quais apresentam validade de cinco dias, ou períodos em que os estoques de hemocomponentes estão baixos e nas urgências e emergências, há necessidade de transfusão não isogrupo, com a evidência do risco existente de reação hemolítica proveniente desta transfusão. Apesar do risco de reação hemolítica proveniente da transfusão de concentrado de plaquetas não isogrupo, a pesquisa de hemolisinas anti-A e anti-B não é obrigatória nos hemocentros. Entretanto, a Portaria nº 158 de 04 de fevereiro de 2016 do Ministério da Saúde recomenda a realização do referido teste. Por não haver obrigatoriedade, apesar de sua importância clínica, a frequência de hemolisinas ainda não é descrita no Estado do Pará. Assim, torna-se de fundamental importância a realização deste teste, a fim de conhecer e descrever o perfil da frequência destas hemolisinas nos doadores de sangue do Hemocentro Coordenador da Fundação Hemopa