GUIA PRÁTICO INSTRUCIONAL PARA O RETORNO ESPORTIVO DE PROFISSIONAIS DA ARBITRAGEM BRASILEIRA APÓS INFECÇÃO PELO VÍRUS SARS-CoV-2.
Infecções por coronavírus, COVID 19, Patologia clínica, Arbitragem, Síndrome Pós-COVID-19, Futebol, Protocolos Clínicos, Materiais Educativos e de Divulgação, Educação em Saúde.
INTRODUÇÃO: A pandemia causada pelo Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2) trouxe graves consequências a saúde humana, as atividades sócio-econômicas e esportivas em todo o mundo. Muitos indivíduos, independente do tempo de curso da doença, desenvolveram seqüelas pós-COVID-19 (Síndrome Pós-COVID-19) que afetaram suas atividades cotidianas e de desempenho profissional, em especial atletas de alta performance e árbitros de futebol. OBJETIVOS: Produzir uma tecnologia (Guia Prático Instrucional) capaz de auxiliar na orientação dos profissionais de arbitragem brasileira ligados a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Paraense de Futebol (FPF) quando ao retorno esportivo após diagnóstico e tratamento da COVID-19. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo metodológico realizado em duas etapas: (1) aplicação de inquérito epidemiológico, através da ferramenta Google FormsÒ com perguntas destinadas a entender a evolução e as conseqüências clínicas da COVID-19 em árbitros de futebol, do território nacional, que desenvolveram a doença entre os anos de 2020 a 2022; e (2) construção de tecnologia em saúde (guia prático instrucional). RESULTADOS: Foram aplicados 104 inquéritos epidemiológicos, porém, apenas 73,1% (76/104) dos árbitros de futebol tiveram o diagnóstico confirmados de COVID-19 (leve a moderada), por algum teste laboratorial, e foram inclídos neste estudo. Desses 61,8% eram do sexo masculino; 60,5% tinham média de idade de 33,5 anos; e 68,5% tinham entre 2 e 10 anos de atuação profissional. O maior número de casos de COVID-19 foi registrado em 2022 (46,1%), quando ocorreu de forma significativa o retorno da prática profissional no Brasil. Dos entrevistados 40/76 (52,6%) relataram ter desenvolvido a doença mesmo após duas doses (68,5%) ou até três doses do imunizante (30,3%). Quanto aos sintomas no curso da doença: 78,9% (60/76) relataram tosse, alterações ou perda de olfato e/ou paladar, sensação de fadiaga, dificuldade respiratória, diarreia e/ou dor intestinal, insonia, e tonturas. Quando questionados sobre a persistência de sintoma após o fim da COVID-19: 97,4%(74/76) relataram terem desenvolvido um ou dois sistomas de: ansiedade, insônia, dificuldade de concentração, ganho de peso, perda de força muscular e arranque, fadiaga persistente, aumento de lesões musculare, queda de cabelo e/ou surgimento de diabetes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados obtidos nesse estudo permitiram a construção de um guia prático instrucional que será depositado no repositório da CAPES – EduCAPES e também encaminhado para a FPF e CBF para conhecimento das equipes médicas e de avaliação de performance física dessas entidades quanto a importância que deve ser atribuída aos profissionais de arbitragem que tiverem diagnóstico confirmado de COVID-19. De modo a não só manter os prontuários eletrônicos médicos e de desempenho esportivo atualizados quanto aos dados desses profissionais, antes e depois dos relatos de COVID-19, com garantir a plena recuperação e retorno esportivo desses árbitros a prática esportiva de forma individual e humanizada.