ELABORAÇÃO DE FLUXOGRAMA PARA A INVESTIGAÇÃO DAS CAUSAS DE REAÇÃO TRANSFUSIONAL TARDIA POR ALOIMUNIZAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDOS NA FUNDAÇÃO HEMOPA
Reações transfusionais, aloimunização e fluxograma.
A transfusão de sangue para fins terapêutico teve origem científica no século XVII, após
a descrição da circulação sanguínea por Harvey (1628). Foi, entretanto, a descoberta dos
tipos sanguíneos A, B e O e do tipo AB que deu novo impulso a prática transfusional. É
um evento irreversível que acarreta benefícios e riscos potenciais ao receptor, apesar da
indicação precisa e administração correta, reações às transfusões podem ocorrer. No
Brasil, as notificações de reação transfusional foram realizadas de forma espontânea até
2010, quando se tornaram compulsórias, pela publicação da Resolução- RDC 57/2010.
Entretanto, apesar dos esforços da ANVISA e das unidades da Rede Sentinela, ainda há
subnotificação desses eventos, o que dificulta conhecer a real frequência de ocorrências,
bem como as condições a eles associadas. Os antígenos de grupos sanguíneos são
extremamente importantes na medicina transfusional, uma vez que a ausência de um
antígeno pode levar a aloimunização e aumentar o risco nas transfusões subseqüentes. O
conjunto de procedimentos de vigilância que abrange todo o ciclo do sangue, com o
objetivo de obter e disponibilizar informações sobre os eventos adversos ocorridos nas
suas diferentes etapas é chamado de Hemovigilância, e tem o intuito de prevenir seu
aparecimento ou recorrência e aumentar a segurança do doador e do receptor. A
prevalência/incidência real das reações transfusionais no país não é totalmente
conhecida, sejam essas reações de má indicação e uso dos componentes sanguíneos ou
de uma falha no processo do ciclo do sangue. A adequada prevenção desses incidentes
só se fará possível quando os mesmos forem identificados, diagnosticados, investigados
e analisados de forma eficaz. Dessa forma, a proposta do presente estudo é descrever a
prevalência de reações transfusionais do tipo tardia por aloimunização e caracterizar
melhor o perfil desses pacientes politransfundidos do estado do Pará que podem
apresentar uma maior probabilidade de reações transfusionais tardias, permitindo a
elaboração de critérios que auxiliem maiores cuidados aos pacientes que necessitam
regularmente desse tratamento, e futuramente, acelerar o processo de segurança na
escolha de bolsas de sangue e minimizar os riscos dos mesmos.