INAPTIDÃO FEMININA POR BAIXA DE HEMOGLOBINA ENTRE DOADORES DE SANGUE DA FUNDAÇÃO HEMOPA, ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA - BRASIL.
Palavras-chave: Hemoglobina, Doação de Sangue, Inaptidão, Temperatura ambiente, Triagem de Doadores.
INTRODUÇÃO. A maior recusa clínica temporária entre doadores do gênero feminino, por baixa de hemoglobina, tem sido relacionada a altas temperaturas ambientais que promoveriam hemodiluição e baixa relativa de hemoglobina. OBJETIVO. Determinar a concentração de hemoglobina em doadoras de sangue nas cidade de Belém, Castanhal e Marabá a partir de dados da Fundação HEMOPA, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2015, em relação a temperatura local. MATERIAL E MÉTODOS. Estudo retrospectivo, para determinação do total de candidatos à doação de sangue aptos e inaptos, segundo o gênero, idade, concentração de hemoglobina, período do ano e região de estudo. Todos os dados epidemiológicos foram obtidos a partir do sistema SBS (Sistema de Banco de Sangue). Os dados meteorológicos de temperatura foram obtidos dos boletins do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia - Brasil). RESULTADOS. Foram registrados 101.167 candidatos à doação de sangue, sendo 85.194 em Belém, 7.617 em Castanhal, e 8.356 em Marabá. Destes foram considerados inaptos, temporários ou definitivos, 18.830/85.194 (22,1%) em Belém, 1.496/7.617 (19,6%) em Castanhal, e 1.081/8.356 (12,9%) em Marabá. Do total de inaptidões 28% (2.728/9.772) foram de mulheres por baixa hemoglobina, independente da unidade hemoterápica e faixa etária, com 70,8% (1.933 / 2.728) destas apresentando hemoglobina entre 11,5 a 12,4 g/dL. CONCLUSÕES. A proporção de doadores dos gêneros feminino e masculino foi de 1:2. A principal causa de recusa clínica temporária em mulheres foi a baixa concentração de hemoglobina, porém, a falta de correlação entre a concentração de hemoglobina e as variações de temperatura para doadoras inaptas nas cidades de Belém, Castanhal e Marabá, possivelmente, relaciona-se ao fato destas cidades encontrarem-se próximo a linha do equador, onde as temperaturas médias são mais elevadas que as de outras regiões brasileiras e, por conseguinte, sem a ocorrência de estações climáticas de inverno e verão bem definidas.