Estudo sorológico para arbovírus em pombos domésticos (Columba livia) de vida livre capturados no Parque Naturalístico Mangal das Garças, Belém-PA.
Arbovírus, pombos domésticos, testes sorológicos
Arbovírus são vírus mantidos na natureza em ciclos que envolvem artrópodes hematófagos e hospedeiros vertebrados, podendo acometer o homem e animais domésticos. Cerca de 210 espécies de arbovírus foram isoladas na Amazônia brasileira, sendo 34 causadoras de doença em humanos. Pombos domésticos (Columba livia) são aves sinantrópicas que podem participar do ciclo epizoótico de algumas arboviroses, desenvolvendo títulos de anticorpos detectáveis. No Brasil, não há relatos da participação dessas aves no ciclo de arbovírus. O presente estudo objetivou avaliar alguns parâmetros externos de pombos capturados no Parque Naturalístico Mangal das Garças, Belém-PA, e a presença de anticorpos contra espécies de arbovírus ocorrentes na Amazônia. Os animais foram capturados, inspecionados e sangrados por punção cardíaca para obtenção de amostras de soro, que foram submetidas ao teste de inibição da hemaglutinação (IH), e testadas contra 19 arbovírus circulantes na Amazônia. Para confirmação de resultados positivos no IH, utilizou-se o teste de neutralização em camundongos recém-nascidos (TN). Noventa e dois pombos domésticos foram capturados, sendo 51,1% machos, 48,9% fêmeas; 55,4% jovens e 44,5% adultos. Na inspeção externa foi observada a presença de ectoparasitas em todas as aves. 19,6% apresentaram apenas piolhos mastigadores, 6,5% apenas moscas hematófagas do gênero Pseudolynchia sp, e 73,9% apresentaram uma associação entre piolhos e moscas. Oitenta e cinco soros foram testados por IH, não havendo detecção de anticopos para os 19 arbovírus em nenhuma das amostras. Pelos resultados encontrados abrangerem apenas uma pequena amostragem da população de pombos da cidade de Belém, novos estudos se fazem necessários para estabelecer o verdadeiro papel dessas aves na circulação de arbovírus na Amazônia.