ANÁLISE DA EVOLUÇÃO LABORATORIAL DA ANEMIA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
Os rins são órgãos fundamentais para a manutenção da homeostase do corpo humano. Quando a queda da TFG atinge valores muito baixos, geralmente inferiores a 15 mL/min/1,73m2, estabelece-se o que tradicionalmente se chamava de “Insuficiência Renal Crônica” (IRC) o estágio mais avançado da perda funcional progressiva dos rins observado na Doença Renal Crônica (DRC), denominação que tem sido adotada à especificação de que se trata do estágio 5 da DRC. Durante sua progressão, a DRC culmina por prejudicar várias funções renais, entre elas a de excreção. A associação entre anemia e DRC é um fato conhecido há mais de 150 anos e por se tratar de um achado comum em pacientes portadores de DRC, a anemia neste grupo de pacientes apresenta um determinado quadro hematológico e a redução de concentração da eritropoetina (EPO) desempenha papel primordial para seu desenvolvimento. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência dos tipos de anemia em pacientes com Doença Renal Crônica que realizam hemodiálise no Departamento de Hemodiálise PRORIM do Hospital Beneficente Portuguesa do Pará, buscando avaliar a relação entre o tipo de tratamento utilizado para reversão da anemia e a elevação dos parâmetros eritrocitários no hemograma e investigar possíveis causas em que a anemia pode não estar em fase de regressão, caso algum paciente não apresente melhora no quadro de anemia diante do tratamento administrado. Foram analisados dados de 50 prontuários de pacientes com Doença Renal Crônica atendidos no Departamento de Hemodiálise PRORIM do Hospital Beneficente Portuguesa do Pará no período compreendido entre outubro de 2013 e outubro de 2014. A prevalência de anemia encontrada neste grupo de estudo foi de 100%, porém, de todos os pacientes avaliados, apenas uma paciente do sexo feminino apresentou um padrão de hemograma diferenciado, onde o Volume Corpuscular Médio apresentou-se acima do valor de referência durante todo o monitoramento. Nenhum dos pacientes apresentou perfil hematológico de anemia por carência de ferro. Conclui-se que esse grupo de pacientes apresenta uma boa reversão da anemia, com boa aceitação pela administração da eritropoetina, além do monitoramento dos estoques de ferro ao longo do tratamento. Entretanto, o monitoramento do ferro é digno de importância. De fato, é necessário que haja políticas de informação para toda a população sobre a doença renal crônica, relacionando suas causas, complicações, consequências, e principalmente das medidas preventivas para esta morbidade, por se tratar de um grande problema de saúde pública.