ANÁLISE ELETROCORTICOGRÁFICA E HEMATOLÓGICA DE RATOS WISTAR EXPOSTO AO METILMERCÚRIO PELA VIA TRANSPLACENTÁRIA E MAMÁRIA, DURANTE O TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO E PERÍODO DE LACTAÇÃO
O mercúrio está presente em todo o ambiente, encontrado em diversas formas, sendo o metilmercúrio a forma na qual o mercúrio apresenta maior toxicidade. Mediante ao exposto, este trabalho teve como objetivo elucidar alguns efeitos causados pela exposição ao metilmercúrio durante o terço final do período gestacional e durante a lactação, avaliando a toxidade provocada pelo metilmercúrio a partir do 14° dia de gestação até o 14° dia pós natal por meio de eletroencefalograma e avaliação das alterações hematológicas. Foram utilizadas ratas da linhagem wistar, sendo quatro ratas fêmeas e suas proles, que correspoderam a 32 ratos wistar jovens. As ratas foram agrupadas em dois grupos com dois animais em cada. O grupo controlhe, que recebeu água filtrada, e o grupo que recebeu água com metilmercúrio, em concentração de 0,04 mg/ml. Cada grupo foi mantido em gaiola individualizada e o volume d água ingerido foi medido a cada 24 horas. Para a avaliação do eletroencefalograma foram implantados eletrodos na duramater em 18 animais, que constituíram dois grupos com nove animais em cada, um grupo cuja mãe recebeu metilmercúrio (0,04 mg/ml) na água fornecida (grupo tratado) e outro cuja mãe não teve contato com metilmercúrio (grupo controle). Acoleta de sangue foi feita umediatamente após a aquisição do registro eletroencefalográfico. Os resultados dos registros eletrocorticográficos apresentam diferença estatística significativa nos animais tratados. Na análise hematológica os animais tratados apresentaram uma diminuição significativa da taxa leucocitária, devido a uma acentuada linfopenia. Os animais tratados também apresentaram uma diminuição significativa no número de hemácias e hemoglobinas. O volume de plaquetas também foi alterado na presença do metilmercúrio. Neste trabalho foi possível observar que as alterações nos parâmetros hematológicos sugerem que a exposição crônica ao metilmercúrio pode acarretar um défict no sistema imune, bem como quadros de anemia e distúrbios de coagulação. Os animais neonatos são mais suscetiveis aos efeitos neurológicos causados pela exposição ao mercúrio devido a maior afinidade deste ao tecido nervoso em desenvolvimento. As alterações neurológicas encontradas nos ratos expostas ao metilmercúrio sugerem a necessidade de aplicação de técnicas quantitativas para a avaliação das funçoes somatosensoriais, bem como o monitoramento periódico do quadro clínico e toxicológico, tendo em vista a elevada neurotoxicidade desse composto.