Análise e sugestões para a leitura do exame da gota espessa no diagnóstico da malária causada por Plasmodium vivax.
Gota espessa; Plasmodium; Pladmodium -vivas
Em humanos, a malária é causada por cinco espécies de protozoários do
gênero Plasmodium: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P.
knowlesi. Entre essas cinco espécies que infectam o homem, o P. vivax é a mais
prevalentes no Brasil. Nas últimas duas décadas, houve expressivo avanço no
controle da malária, mas ainda há necessidade de realizar estudos que visam
contribuir com a principal estratégia aplicada para o controle da malária, o
diagnóstico dos indivíduos infectados. Neste estudo, comparamos os resultados dos
exames realizados por microscopia, utilizando a técnica da gota espessa (GE),
conforme as instruções técnicas apresentadas, na forma de texto e tabelas, no
manual de diagnóstico laboratorial da malária, publicado pelo Ministério da Saúde,
em 2009. Esse manual apresenta uma tabela de conversão, para quantificar a
densidade parasitária a partir da leitura semi-quantitativa da GE. No caso de
infecções por P. vivax, realizamos leituras de 20 GE pelos métodos semi-quantitativo
(cruzes) e quantitativo (parasitos/mm3). Também analisamos os resultados com a
quantificação a partir da leitura em cruzes, utilizando a tabela de conversão de
leitura. Observamos que as faixas de valores utilizadas no manual apresentam
limites muito amplos, permitindo discordância entre a leitura quantitativa, realizada
diretamente na lâmina da GE e os valores obtidos com a conversão da leitura semi-
quantitativa. As nossas análises, indicam a necessidade de revisão na apresentação
dos resultados expressos em cruzes, bem como a elaboração de uma nova tabela
de conversão, com a redistribuição das faixas densidade parasitária abaixo de 5.000
3
parasitos/mm . As modificações que estamos propondo visam aumentar a acurácia
no diagnóstico da malária, no âmbito da normatização apresentada no manual disponibilizado pelo Ministério da Saúde.