DETECÇÃO DE PICOBIRNAVÍRUS GENOGRUPO II EM AVES DE CORTES CRIADAS EM GRANJAS DA MESORREGIÃO DE BELÉM – PARÁ – BRASIL
Picobirnavírus. Frangos de corte. Análise molecular. RT-PCR.
Muitas doenças infecciosas em seres humanos são causadas por patógenos provenientes de uma grande variedade de animais. Estima-se que mais de 60% das doenças emergentes sejam originárias da fauna selvagem. A atenção para as zoonoses aumentou recentemente devido aos riscos à saúde pública e seus impactos económicos. As aves são reconhecidas como reservatórios freqüentes de vírus, sendo motivo de preocupação para os seres humanos. O Picobirnavírus (PBV) foi detectado em humanos e vários animais em todo o mundo, como: bovinos, cães, macacos, cobras, suínos, ratos e aves, com ou sem diarréia. O PBV é o único gênero pertencente à família Picobirnaviridae, no qual possui duas espécies, Human picobirnavirus e Rabbit picobirnavirus. O PBV é um vírus de hospedeiros vertebrados, porém sua ocorrência como agente causal das diarreias é bastante contraditória. Embora seja frequente a sua detecção nas fezes de diferentes hospedeiros, ainda não foi possível atribuir assertivamente ao PBV a causalidade da diarreia. O diagnóstico das enterites de origem viral é feito por várias metodologias, descritas na literatura, tais como testes sorológicos, microscopia eletrônica, Eletroforese em Gel de Poliacrilamida (EGPA), isolamento viral, no entanto, com algumas limitações referentes a sua implementação como método de diagnóstico na rotina. O diagnóstico da infecção por PBV desempenha um papel central no estabelecimento de medidas de controle e prevenção. Vários estudos descreveram o PBV em amostras de diferentes espécies de mamíferos e répteis; no entanto, em relação à detecção molecular de PBVII a partir de aves de corte, não há até o momento relatos na literatura. Este estudo tem como objetivo a detecção de PBV II, em amostras de fezes de aves de corte, Gallus gallus, de 37 granjas da mesorregião metropolitana de Belém/Pa, utilizando as técnicas de EGPA, RT-PCR e sequenciamento. Foram analisadas preliminarmente 40 amostras, sendo que destas, foi detectado PBV II em uma amostra (2,5%), a qual foi positiva também para o genogrupo I, em outro estudo realizado com as mesmas amostras, mostrando a coexistência de duas ou mais populações de PBV em um mesmo hospedeiro. No entanto, estudos mais aprofundados precisam ser realizados. Este é o primeiro estudo de detecção PBV II em aves no Brasil.