"NEUROCOVID".
COVID-19; manifestações neurológicas; NEUROCOVID.
Desde o início da atual pandemia de SARS-CoV-2, causador da COVID-19, houve uma grande preocupação diante de uma nova doença que se espalhou rapidamente, trazendo diferentes impactos. À medida que a pandemia avançou, as manifestações neurológicas passaram a ser relatadas com muita frequência e agressividade, evidenciando possíveis efeitos diretos do SARS-CoV-2 sobre as células neuronais, provocando lesões deletérias e sequelas neurológicas permanentes. Assim, o objetivo do presente trabalho foi fazer uma revisão sistemática sobre o tema NEUROCOVID, a fim de descrever em detalhes as apresentações neuroclínicas e neuropsiquiátricas cada vez mais exuberantes, decifrar seu mecanismo de ação e analisar as provas laboratoriais e imagenológicas deste agressivo vírus. O termo NEUROCOVID tornou-se uma aplicação nosológica pertinente e vem sendo utilizado cada vez mais pela ciência, pois a neuroinvasão foi comprovada na fase aguda e se perpetua até meses após a melhora viral e inflamatória. Foi realizada ume revisão SISTEMÁTICA da literatura nas bases de dados principalmente PubMed, Google Scholar, Medscape e Scielo, entre 01 de junho de 2020 e 01 de maio de 2021. As palavras-chaves utilizadas foram NEUROCOVID e manifestações neurológicas/COVID-19. Encontramos trabalhos de grandes centros internacionais, predominantemente nos Estados Unidos, Europa e China. Escolhemos 122 trabalhos por critérios metodológicos específicos como tópicos inéditos de cada objetivo. No sistema nervoso central foi ratificado que o vírus consegue penetrar pelos nervos olfatórios e propagar-se por transmissão sináptica, endotelial microvascular e pela barreira hematoencefálica. Pode causar anosmia, ageusia, cefaleia, declínio cognitivo, mialgia, distúrbios afetivos, até graves encefalopatias, acidentes vasculares encefálicos e sequelas irreversíveis. Exames laboratoriais e de imagem são capazes de sugerir o neurotropismo viral, reiterar o diagnostico, auxiliar o tratamento imunológico e fomentar o prognóstico. A doença segue em pandemia e sem tratamento especifico. A NEUROCOVID tem potencial de causar problemas em curto, médio e longo prazo, mesmo após a recuperação parcial ou total, o que merece atenção pública das comunidades médicas e das autoridades em todo o mundo.