"LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA E DESMATAMENTO NO ESTADO DO PARÁ: UMA ÍNTIMA RELAÇÃO"
leishmaniose tegumentar, desmatamento, georeferenciamento
O impacto do desmatamento sobre a saúde humana pode ser considerado um
problema de saúde pública mundial. No Brasil, a leishmaniose tegumentar
americana apresenta elevada frequência, além de ampla expansão territorial e
transmissão essencialmente focal. Análises do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada verificaram um efeito significativo do desmatamento sobre doenças
como malária e leishmaniose visceral: um incremento de 1% na área desmatada
de um município leva a um aumento de 23% nos casos da primeira e 8% a 9%
nos casos da segunda. Dessa forma, torna-se evidente a relevância de
pesquisas que relacionem o processo saúde - doença à seus fatores ambientais.
O objetivo principal deste trabalho foi relacionar a incidência de leishmaniose
tegumentar americana e desmatamento no estado do Pará no período 2014 a
2018. Foi realizado um estudo observacional, transversal e populacional de
casos. Os dados foram coletados da base de dados do Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizada pelo Ministério da Saúde
(www.datasus.gov.br) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) por
meio do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (PRODES)
(www.inpe.gov.br). Para análise espacial foi utilizado o Sistema de Informação
Geográfica (SIG) por meio do emprego do software ArcGis 10.2 e do estimador
de densidade de Kernel. Após análise, foi verificado correlação positiva entre o
número de casos e o incremento anual de desmatamento na maior parte dos
municípios paraenses. Tal correlação também é observada quando associamos
o número de casos novos à área total desmatada no período correspondente.