ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DOS EFLUENTES GERADOS NA PRODUÇÃO DE AÇAÍ ARTESANAL
Açaí, produção artesanal, águas residuárias, análise microbiológica
Na região amazônica a produção do fruto do açaizeiro através da comercialização do caroço do açaí possui grande representatividade cultural, social e econômica para os povos dessa região, somente na região metropolitana de Belém existem cerca de 3 mil pontos de batedores artesanais de açaí. Durante a produção artesanal do açaí são gerados muitos efluentes, como águas residuárias decorrentes de todo o seu processo de produção que são lançadas diretamente nos corpos d'água sem qualquer tratamento ou controle, sem que haja o conhecimento das características desses efluentes e possível degradação ao meio ambiente. O presente trabalho teve como objetivo analisar os aspectos microbiológicos (Escherichia coli, Coliformes a 45ºC e Salmonella spp.) dos efluentes gerados na produção artesanal de açaí. A coleta das amostras foi realizada em um estabelecimento comercial de venda de açaí artesanal em um bairro da periferia da cidade de Belém do Pará no período de agosto a novembro de 2017. As amostras foram transportadas para o laboratório de Higiene de Alimentos do Centro Universitário do Estado do Pará. As amostras analisadas foram enquadradas de acordo com os padrões da Resolução RDC nº 12 de 2001 da ANVISA. A metodologia de análise adotada seguiu o Compendium of methods for the microbiological examination of foods, da American Public Health Association e o Manual de Métodos de Análises Microbiologicas de Alimentos. Os resultados revelaram que houve contaminação de coliformes a 45ºC e coliformes a 35ºC em determinadas etapas da produção (1ª lavagem em água corrente, 2º lavagem da solução de hipoclorito, resfriamento, água da despolpadeira), esta contaminação também esteve presente quando analisou-se os caroços do fruto do açaí, porém nesta segunda análise a contaminação (coliformes a 45ºC) esteve presente em todas as etapas. Conclui-se que os processos de sanitização se mostraram ineficientes para eliminar esses grupos de bactérias tanto do produto que seria utilizado pelos consumidores e quanto das águas residuárias geradas nesta produção que se destinarão ao meio ambiente sem qualquer tratamento prévio visto que é despejada direto