EFEITOS DOS TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS SOBRE A CONFIABILIDADE DO EIXO EM AÇO CARBONO TREFILADO ACOPLADO EM MOTOR TIPO RABETA UTILIZADO POR COMUNIDADES AMAZÔNICAS
Aço Carbono. Eixo de Rabeta. Fadiga. Tratamentos Termoquímicos. Confiabilidade.
Os constantes relatos de ribeirinhos sobre durabilidade dos eixos das embarcações tipo rabeta, assim como a pouca realização de estudos a respeito da navegação ribeirinha deram início à motivação desta pesquisa, a qual tem como objetivo avaliar a confiabilidade do eixos de rabeta a partir dos tratamentos termoquímicos, uma vez que pretende modificar as suas propriedades mecânicas. Os tratamentos têm o intuito de promover o aumento da vida útil dos eixos fabricados e comercializados no mercado de Belém, e por conseguinte compará-los com corpos de prova que não receberam tratamento para verificar se os tratamentos surtiram efeito e promoveram melhora da confiabilidade. Para realização deste trabalho, foram adquiridos três eixos de aço carbono comercializados como aço carbono SAE 1045 trefilado, no mercado de Belém. Foi realizado o processo de usinagem conforme as dimensões padrões para fabricação dos corpos de prova, em seguida foram separados em três grupos: Sem Tratamento (ST), Normalizado e Cementado (NC) e Normalizado, Cementado e Revenido (NCTR). A análise de fluorescência possibilitou saber a composição química do material e foi observada a heterogeneidade de seus constituintes. O M.E.V. e o E.D.S. mostraram as microestruturas ferrítica e perlítica, o percentual dos componentes químicos, assim como revelaram a presença de porosidade, fibrose, marcas de praia e pontos de inclusão. Além disso, foram realizados outros testes como fractografia que permitiu analisar a ocorrência tanto de fratura dúctil devido a irregulares da borda, quanto a deformação plástica do corpo de prova. A rugosidade do material se mostrou semelhante em todos os grupos. O teste de dureza apresentou resultado do grupo NC com menor dureza tanto na seção transversal como na superfície, já a maior dureza na seção transversal foi do grupo ST e na superfície foi o grupo NCTR. O ensaio de tração mostrou que o corpo de prova ST teve maior tensão de escoamento e limite de resistência à tração, já a maior deformação foi do grupo NCTR. O ensaio de fadiga possibilitou realizar a distribuição de Weibull e o teste de Van der Waerden para testar a confiabilidade, os quais detectaram que o tratamento NC obteve melhores resultados em relação aos demais. Dessa forma, conclui-se que o eixo tem teor de carbono menor que o informado (1045), também pôde-se verificar que os tratamentos os quais foram propostos surtiram efeitos positivos, pois conseguiram alterar as propriedades mecânicas do aço carbono e elevar a vida útil de maneira a proporcionar a melhora da confiabilidade.