Práticas individuais e coletivas dos enfermeiros na atenção primária à saúde: Um panorama da região Norte do Brasil
atenção primária à saúde; prática do âmbito do enfermeiro; enfermeiras e enfermeiros; saúde da família.
INTRODUÇÃO: As características territoriais com ênfase a geografia da região Norte e das populações tradicionais, exigem modelagens de equipe, práticas individuais, coletivas e estrutura da Atenção Primária à Saúde que atendam as peculiaridades das populações que habitam esse território. OBJETIVO: Analisar as práticas individuais e coletivas que estão associadas as dificuldades dos enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde da região Norte. MÉTODO: estudo de métodos mistos realizado com enfermeiros da Atenção Primária à Saúde da região Norte, no período de novembro de 2019 a agosto de 2021, através de um formulário eletrônico e entrevista. Os dados quantitativos foram analisados pelo programa Bioestat e o software IRaMuTeQ® para os dados qualitativos, utilizou-se análise temática de conteúdo, segundo Bardin. RESULTADOS: 626 enfermeiros participaram da etapa quantitativa e 31 da qualitativa. A dificuldade no exercício das práticas foi descrita por 15,7% (98/626) dos enfermeiros. Entre as práticas coletivas, houve associação entre a dificuldade e a participação no gerenciamento dos insumos (p = 0,03), mas evidenciou-se pelas entrevistas que o enfermeiro participa da solicitação de material técnico, porém não recebe conforme solicitado. Nas práticas individuais, houve associação entre a dificuldade e a realização de consulta (p = 0,03) e a prescrição de medicamentos (p= 0,02). A análise qualitativa demonstra que o enfermeiro necessita da prescrição de outro profissional para concluir um atendimento que iniciou. A associação entre dificuldade e a resolutividade evidenciou significância entre a consulta pré-natal (p = 0,000), atividades de acompanhamento de crescimento e desenvolvimento infantil (p= 0,001; 25%) e planejamento familiar (p= 0,000; 25,7%). No entanto, trata-se das práticas que o enfermeiro relata que são exercidas com maior autonomia por eles. A associação da dificuldade com o cuidado aos hipertensos (p <0,0001) e diabéticos (p< 0,0001) apontadas também com resolutividade insuficiente. Nestas atividades o enfermeiro descreve precisar do médico para prescrever as medicações e concluir o atendimento. CONCLUSÃO: O trabalho desenvolvido pelos enfermeiros da atenção primária à saúde, requer o aprimoramento contínuo das competências e habilidades desses profissionais, principalmente no que tange a consulta de enfermagem e a prescrição de medicamentos. A implementação de protocolos de enfermagem e a educação permanente auxiliam no desenvolvimento da autonomia profissional, visando a qualidade do serviço e a resolutividade na assistência prestada aos usuários.