INTERVENÇÃO EDUCATIVA COM CARTILHA SOBRE SÍFILIS PARA MULHERES RIBEIRINHAS AMAZÔNIDAS: ESTUDO QUASE EXPERIMENTAL.
Sífilis, Populações Vulneráveis, Mulheres, Estudo de Validação; Estudos de intervenção.
Introdução: A baixa adesão ao uso de preservativos e a multiplicidade de parceiros sexuais podem representar vulnerabilidades relacionadas a comportamentos sexuais de risco que aumentam a incidência de sífilis. Nesse contexto, enquadram-se as populações ribeirinhas, que vivem situações de vulnerabilidades que os fragilizam em questões relacionadas à morbidade e à atenção à saúde, principalmente a sexual. Com o intuito de diminuir estas vulnerabilidades, torna-se importante a elaboração de estratégias de saúde. Logo, acredita-se que a implementação de tecnologias educacionais, como as cartilhas, voltada para as questões culturais e linguísticas das mulheres ribeirinhas, assim como a mensuração dos seus efeitos, é um relevante recurso metodológico para práticas educativas. Dessa forma, objetivou-se avaliar a efetividade de uma tecnologia educacional sobre sífilis para mulheres ribeirinhas amazônidas. Metodologia: Estudo metodológico, seguido de estudo quase experimental, desenvolvido em três etapas: (i) desenvolvimento de um instrumento, (ii) validação de conteúdo e avaliação semântica do instrumento e, (iii) intervenção educativa junto ao público-alvo para avaliação do conhecimento sobre sífilis antes e após a intervenção educativa com aplicabilidade de tecnologia educacional. O estudo foi realizado de outubro de 2023 a abril de 2024. Resultados: O instrumento foi desenvolvido para avaliar o conhecimento sobre sífilis, utilizando-se uma linguagem simples para atender a realidade social e cultura da comunidade ribeirinha. O instrumento apresentou IVC global de 0,89 pelos especialistas e ICS de 0,97 pelo público-alvo, com teste binominal estatisticamente significante. No que se refere à intervenção educativa, os dados indicaram que houve diferença significativa ao se comparar as pontuações do pré-teste e pós-teste imediato, ou seja, as mulheres ribeirinhas que participaram da intervenção educativa com aplicação da cartilha obtiveram uma diferença significativa nas pontuações (p = 0.0001), com aumento do conhecimento. E, ao analisar a fase pós-teste imediato com o pós-teste 7 dias observou-se que não houve diferença significativa (p = 0.5540), ou seja, o conhecimento adquirido se manteve mesmo após 7 dias da intervenção educativa. Conclusão: Infere-se que intervenções educativas por meio da aplicação da cartilha podem ser utilizadas como recurso auxiliar nas atividades de educação em saúde, como uma tecnologia facilitadora do processo ensino-aprendizagem.