ANÁLISE ESPACIAL DA EPIDEMIA DO HIV ENTRE MULHERES BRASILEIRAS
Mulheres; HIV; Análise Espacial; Estudo ecológico; Brasil.
INTRODUÇÃO: Há cerca 37,7 milhões de pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) no mundo, com as mulheres representando 53% dessa população (UNAIDS, 2022). No Brasil, desde o início da epidemia do HIV, em 1980, até junho de 2021 foram notificados 356.385 casos de HIV/Aids entre as mulheres. Embora, nacionalmente, os casos de HIV/Aids venham diminuindo, há ainda as disparidades regionais em que no Norte a epidemia do HIV só aumenta. Adicionalmente, para que se elimine o HIV até 2030, como proposto pela UNAIDS em 2014, pouco se sabe ainda sobre o cenário epidemiológico do HIV entre as mulheres brasileiras. Além da escassez de estudos, o boletim epidemiológico trata apenas dos estados e capitais do país. A análise espacial é uma importante ferramenta para mostrar o cenário epidemiológico e auxiliar na elaboração de políticas focalizadas e mais eficientes. Durante toda a história da epidemia do HIV, ainda não se conhece quais os municípios que a taxa de detecção do HIV dimininui, em quais ela cresceu e em quais ela está estabilizada. OBJETIVO: Neste estudo propomos analisar espacialmente o cenário histórico brasileiro da epidemia do HIV entre as mulheres acima de 15 anos de idade no período de 2007 a 2020. DESENHO METODOLÓGICO: Estudo ecológico que utilizou bancos de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram considerados todos os casos de HIV/Aids entre mulheres residindo no Brasil no período supracitado. Foram utilizadas as seguintes técnicas de análise espacial: 1) Distribuição Espacial, 2) Autocorrelação Espacial e 3) Varredura Espacial. As análises foram feitas por municípios, ilustrados em suas regiões políticas brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Para a análise, foi utilizada a taxa de incidência do HIV/Aids padronizada por idade, visando a comparação dos resultados entre as regiões e evitando o impacto das variações populacionais no cálculo da taxa. A taxa de incidência padronizada foi utilizada nas análises 1 e 2. Os softwares utilizados nas análises foram ArcGIS® versão 10.5, QGIS® versão 2.18. e SatScan 9.7.