Características epidemiológicas e análise temporal de sífilis congênita na região norte do Brasil de 2010 a 2019
Análise Temporal. Epidemiologia. Sífilis Congênita.
As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) são consideradas um problema de saúde pública, estando entre as patologias transmissíveis mais comuns e isso têm um impacto direto sobre a saúde reprodutiva e infantil, acarretando infertilidade e complicações na gravidez e no parto, além de causar morte fetal e agravos à saúde da criança de forma permanente. Dentre as IST´s a sífilis é uma das mais frequentes, sendo exclusiva do ser humano, e quando ocorre a transmissão vertical, ou seja, da mãe para a criança, denomina-se sífilis congênita. Esforços mundiais são empregados para eliminação da Sífilis Congênita, no entanto, a sua incidência ainda é alta em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Objetivo: Avaliar a epidemiologia e tendência temporal de Sífilis Congênita na região Norte do Brasil de 2010 a 2019. Materiais e Método: Trata-se de uma Pesquisa epidemiológica-descritiva, retrospectiva com abordagem quantitativa, que analisou o perfil epidemiológico e temporal de casos de Sífilis Congênita na Região Norte do Brasil de 2010 a 2019, através de dados constados no SINAN e SINASC. Foi realizada a análise descritiva dos dados sociodemográficos, seguida da análise temporal, através de cálculo da incidência do modelo de regressão por pontos de inflexão (Joinpoint Regression Analysis), e que permite conhecer a variação percentual anual (VPA) e a do período completo, denominada variação percentual anual média (VPAM). Para cada tendência detectada foram considerados o intervalo de confiança de 95%. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram registrados 14.434 casos de sífilis congênita na Região Norte, e os dados sinalizaram as características maternas, mostrando que a maioria se encontrava em idade reprodutiva, seguido daquelas com período migratório para a idade adulta, sendo que grande parte não concluíram o ensino fundamental e médio, havendo predominância fenotípica da cor parda, seguida da cor branca. Ainda, a maioria dos diagnósticos da sífilis gestacional aconteceu no pré-natal, com as mesmas realizando acompanhamento em 79,54 % dos casos, e parceiros em tratamento em apenas 34,68 %, sendo a sífilis congênita recente como a mais diagnosticada em 99,73 % do nascimento até 23 meses incompletos. Houve significância para as taxas de incidência crescente anual média, em vários Estados e capitais da região. Conclusão: Neste estudo houve uma limitação em relação ao tempo para uma investigação com maior acurácia, devendo englobar outros dados epidemiológicos e locais e em regiões de maior incidência desta patologia. Assim sendo, se faz necessário à realização de outros estudos sobre SC que trabalhem com análise espacial em suas diversas regiões, contribuindo para a melhora dos indicadores de saúde materno-infantil.