METODOLOGIAS EDUCATIVAS: instrumentos balizadores das práticas dos profissionais de saúde
Educação continuada, Educação em Saúde, Metodologias de Ensino, Ugência, Emergência
Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa, cujo objetivo foi desvelar por que o Programa de Educação Permanente em Saúde de um hospital de urgência e emergência não consegue reverter as fragilidades dos enfermeiros durante as práticas no setor de pronto atendimento. Na composição do suporte teórico-filosófico foram utilizadas as concepções de Paulo Freire no que concerne a sua educação libertadora e dialógica. A trajetória metodológica esteve baseada nos estudos de caso de Yin, o contexto do estudo foi um Hospital de urgência e emergência e a unidade de análise foi o Programa de Educação Permanente em Saúde do hospital. Os sujeitos do estudo foram seis enfermeiros, escolhidos através dos seguintes critérios: cumprir sua escala de serviço no pronto atendimento e aceitar participar do estudo. Como técnicas de coleta de dados foram utilizadas o registro em arquivo, a observação direta e a entrevista e como procedimento de análise dos dados foi utilizado o preconizado por Strauss e Corbin. O estudo dos dados culminou em três categorias de análise, quais sejam: Programa de Educação Permanente em Saúde; Reflexos do processo de Educação Permanente em Saúde na prática profissional; Reflexos da estrutura organizacional no processo de trabalho. Os resultados possibilitaram constatar que para associar os aspectos educativos ao contexto do trabalho, faz-se necessário ensaiar um desenho de Educação Permanente em Saúde que busque instituir novas maneiras de pensar e agir em saúde, por meio de uma proposta metodológica que promova a transformação pessoal e profissional, vislumbrando a melhoria na qualidade dos serviços de saúde. Porém, outros fatores influenciam negativamente no processo de transformação, são eles: condições laborais e sobrecarga de trabalho. Conclui-se, portanto, que o Programa de Educação Permanente em Saúde do hospital contexto deste estudo, não consegue reverter as fragilidades dos enfermeiros durante as práticas no setor de pronto atendimento, primeiramente, porque as metodologias comumente utilizadas nas ações educativas não estão fundamentadas em concepções pedagógicas ploblematizadoras, não proporcionando aos profissionais a construção de conhecimentos que promovam novos modos de pensar e agir em saúde, através de uma reflexão crítica sobre sua prática assistencial. Além disso, a pouca adesão dos profissionais nas ações de EPS é o reflexo de uma rotina de trabalho sobrecarregada, expostos a condições laborais precárias. Com isso, pode-se afirmar com segurança que, a aglutinação de todos esses fatores compromete o processo de Educação Permanente em Saúde, consequentemente, não consegue reverter as fragilidades dos enfermeiros durante as práticas no setor de pronto atendimento.