FATORES ASSOCIADOS A ACEITABILIDADE DA VACINA CONTRA O PAPILOMAVÍRUS HUMANO POR PAIS E RESPONSÁVEIS DE ADOLESCENTES RESIDENTES EM UMA CAPITAL DA REGIÃO AMAZÔNICA
Papilloma viridae; Vacina Quadrivalente Recombinante contra HPV tipos 6, 11, 16, 18; Enfermagem em Saúde Pública.
O Papiloma Vírus Humano (HPV) possui potencial oncogênico capaz de induzir o desenvolvimento de cânceres: anal, peniano, vulvar, orofaríngico e cervical, tornando-o um grande problema de saúde pública mundial. A produção da vacina quadrivalente tem sido o método mais eficaz e de maior custo-benefício ao controle do vírus, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos nos anos de 2014 e 2017 respectivamente. O Estado do Pará apresentou uma das menores taxas de cobertura vacinal contra o HPV nesse período no país. Por isso, o objetivo dessa pesquisa foi analisar o conhecimento dos pais e responsáveis sobre o HPV e sua vacina, bem como identificar os fatores associados à barreira e aceitabilidade à vacina. Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado com 247 pais e responsáveis em áreas periféricas cobertas pela Estratégia Saúde da Família Terra Firme no município de Belém – PA. Os resultados demostraram que a maioria dos entrevistados atribuiu o HPV como vírus (70%) e 66% o associaram à infecção sexualmente transmissível. A maioria (79%) correlacionou o vírus ao câncer de colo do útero e considerou-o ser o câncer mais frequente nas mulheres (90%), referindo o cigarro como um dos seus potenciais fatores de risco (59%). Quanto a acessibilidade à vacina, a maioria dos participantes sabia de sua disponibilidade gratuita pelo governo (94%) para meninos e meninas (83%) e de que duas doses eram efetivas à imunização efetiva (80%). Quanto ao meio de divulgação de informações sobre a vacina, a maioria citou a tv/rádio (56%), seguida de profissionais de saúde (25%). Quanto as barreiras à vacinação, predominantemente os participantes acreditam que a vacina não estimularia a vida sexual precoce dos jovens (90%), que após esta, ainda se deve usar preservativos (96%) e meninas devem fazer o exame preventivo (97%). A respeito das questões sobre aceitabilidade, 83% afirmaram conhecer alguém que já tomou a vacina e 97% recomendariam a vacina para parentes ou amigos. Identificou-se também que na população estudada, a idade entre 28 a 37 anos, união estável e escolaridade-analfabeto, fundamental e média, são fatores associados ao baixo e médio conhecimento sobre HPV e sua vacina. Conclui-se que apesar do grau de conhecimento dos pais e responsáveis ser de médio a elevado e que sua aceitabilidade da vacina ser alta, isso pouco repercutiu a um resultado recomendado pela OMS para a cobertura vacinal das crianças/adolescentes. Portanto, é necessário avaliar e selecionar as estratégias mais efetivas de promoção e prevenção contra o HPV.