EXPRESSÃO GEOGRÁFICA DA EPIDEMIA DE HIV/AIDS NA COLÔMBIA NO PERÍODO DE 2008 A 2016
HIV. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Analise espacial. Epidemiologia Espacial. Geoprocessamento.
Introdução: A epidemia do HIV e AIDS é um problema de saúde mundial e possuí identidade próprias para cada país, regiões e estados. As técnicas de análise espaciais fazem-se úteis visto que permitem o diagnóstico situacional correlacionando este com os fatores territoriais sociopolíticos que podem contribuir com a epidemia. Porém, durante a revisão de literatura não foi observado nenhum estudo dessa natureza em território colombiano. Objetivo: O presente estudo analisou a distribuição espacial e temporal da epidemia do HIV e AIDS na Colômbia no período de 2008 a 2016. Metodologia: Tratar-se de um estudo de caráter ecológico empregando técnicas de análise espacial e de série temporal, no qual foram analisados dados secundários coletados do Instituto Nacional de Saúde e do Departamento Nacional de Estatísticas de Colômbia. Foram calculadas as taxas de incidência de casos de HIV e AIDS e de Mortalidade por AIDS e realizada análise descritiva utilizando o programa Microsoft® Office Excel® 2013 e o programa Minitab 18®. Para análise temporal empregou-se o modelo de regressão do programa Joinpoint® 4.7.0.0. Na análise espacial empregou-se a autocorreção espacial de Moran global, seguida pelos indicadores locais de autocorrelação espacial, análises de Moran bivariadas e de densidade de Kernel. As análises espaciais foram feitas nos softwares ArcGis 10.3.1 e no TerraView 4.2.2. Resultados: Os homens foram os mais afetados pela epidemia durante o período de estudo. A taxa de incidência do HIV e AIDS apresentou tendência à aumento, enquanto a de mortalidade apresentou estabilidade. A faixa etária com maior crescimento da incidência foi de 15 a 44 nos homens e de acima de 65 nas mulheres. A taxa de mortalidade apresentou crescimento na faixa etária de 65 anos, ou mais, para ambos sexos. A expansão da epidemia se deu no sentido extremo Norte e da região central em direção ao nordeste colombiano, sendo os municípios pertencentes ao “eixo do café” e a região Caribe as áreas de maior pressão epidemiológica. Os municípios turísticos, atravessados pelas principais rodovias, com altos índice de desenvolvimento humano e de densidade demográfica apresentaram as maiores incidências. Entre 2014 e 2016 verificou-se aumento da incidência em municípios da zona fronteiriça com Venezuela. Conclusão: A incidência do HIV e AIDS é maior nas regiões mais desenvolvidas da Colômbia e começa a se expandir nos municípios com borda com a Venezuela. As rodovias têm um papel preponderante na propagação do HIV no território colombiano. Faz-se necessárias implementações de políticas de saúde nesses locais visando a redução do HIV e AIDS.