Banca de DEFESA: ANTONIO JORGE SILVA CORREA JUNIOR

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANTONIO JORGE SILVA CORREA JUNIOR
DATA: 26/04/2019
HORA: 14:00
LOCAL: MINIAUDITÓRIO DA FACULDADE DE ENFERMAGEM
TÍTULO:

OS SENTIDOS DO ADOECIMENTO PELO CÂNCER COLORRETAL: ESTUDO ETNOGRÁFICO

PALAVRAS-CHAVES:

Neoplasias Colorretais, Estomia, Sociologia da Saúde, Cultura, Cuidados Pós-Operatórios, Enfermagem em Reabilitação

PÁGINAS: 163
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
SUBÁREA: Enfermagem de Saúde Pública
RESUMO:

As neoplasias colorretais comprometem cólon e reto causando alterações no hábito intestinal, anemia, fadiga, sangramento retal, obstrução, dentre outros. Segundo o Instituto Nacional de Câncer estão previstos para o ano de 2018 o diagnóstico de 17.380 casos novos de câncer de cólon e reto em homens e 18.980 em mulheres, neste biênio 2018/2019 para cada ano, cerca de 190 casos serão diagnosticados entre homens e 310 entre mulheres no estado do Pará perfazendo 500 casos, destes 240 ocorrerão na capital Belém. O tratamento cirúrgico confecciona um novo trajeto para as eliminações fecais (estomia), a colostomia a ser realizada no intestino grosso ou a ileostomia a ser realizada no intestino delgado de forma temporária ou permanente.O objetivo deste estudo foi interpretar os sentidos atribuídos pelas pessoas à experiência de adoecimento por câncer colorretal e ao tratamento cirúrgico com estomização. Trata-se de um estudo etnográfico com suporte da sociologia da saúde na clínica cirúrgica oncológica do Hospital Ophir Loyola e Ambulatório Quimioterápico em Belém entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019, com acompanhantes e adoecidos pelo câncer colorretal. Contou com as técnicas de observação participante, não participante, diário de campo e entrevista semiestruturada em profundidade do tipo interpretativa, estruturando-se a partir das narrativas dos depoentes e subsequente análise temática indutiva de Braun e Clarke. Foram estudados quatorze adoecidos, juntando-se os cuidadores vinte e duas pessoas, a saber: oito binômios adoecido-acompanhante (dezesseis pessoas) e contatos com seis adoecidos que se sentiram à vontade para responder as perguntas da entrevista sem auxílio ao final. Os sentidos foram apreendidos de uma amostra que em sua totalidade usava apenas o serviço público do SUS, sete homens e sete mulheres, majoritariamente pardos, estudaram até o ensino fundamental e possuíam até 1 salário mínimo em média. Como resultados obtiveram-se nove sentidos apreendidos: (1) A história do adoecimento entrecortada pelas dificuldades; (2) Impressões sobre o serviço público de saúde; (3) Estomização: necessidades futuras e sentimentos paradoxais diante do "socializar-se"; (4) As perdas no processo de paciência-resiliência; (5) Vínculos retificados, fortificados e construídos: o cuidado como coeficiente fundamental; (6) Opiniões sobre a enfermagem; (7) Comportamentos social-religiosos e espirituais; (8) Etiologias comportamentais desencadeantes do câncer colorretal, saberes e formas tradicionais de tratamento; (9) O sonho imediato e as perspectivas futuras; sendo categorizados em quatro unidades: Os sentidos do acesso; Dores e medos da internação e da estomização: vivências simultâneas; A internação como momento para fortificar e construir vínculos; Perspectivas futuras, sentimentos e comportamentos socioculturais-religiosos. Os sentidos da experiência de ver-se estomizados são ambíguos no pós-operatório, convergem para novas formas de socializar-se, buscar a resiliência e perspectivas futuras de vida. Nota-se que os sintomas e o percurso intrincado na atenção primária foram fatores intervenientes para o descrédito no serviço público de saúde, entretanto os vínculos construídos, o atendimento de enfermagem e a fé religiosa foram fatores referenciados como benéficos neste percurso. 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2153125 - MARY ELIZABETH DE SANTANA
Externo à Instituição - HELENA MEGUMI SONOBE
Externo à Instituição - INGRID MAGALI DE SOUZA PIMENTEL