A vivência de familiares cuidadores de crianças acometidas por fibrose cística à luz da teoria de Callista Roy
Fibrose Cística; Enfermagem Pediátrica; Enfermagem; Teoria de Enfermagem.
Dentro da família existem várias situações de saúde-doença que podem ocorrer, dentre estas o diagnóstico de uma doença crônica em uma criança, como a fibrose cística, causando uma desordem que tem uma base biológica, psicológica e cognitiva. A Fibrose Cística ou Mucoviscidose, é doença genética e hereditária grave, determinada por um padrão de herança autossômico recessivo e afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, em um processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade das mucosas. O objetivo do estudo foi conhecer as vivências de familiares cuidadores de crianças com fibrose cística à luz da Teoria da Adaptação de Callista Roy e propor intervenções de enfermagem aos familiares cuidadores de crianças com fibrose cística. O estudo foi realizado na Unidade Hospitalar João de Barreto no Ambulatório de Fibrose Cística, Belém, Pará, Brasil. Participaram do estudo 15 familiares cuidadores, sendo 14 do sexo feminino e 1 do sexo masculino, na faixa etária de 23 a 63 anos. Durante a avaliação de estímulos, o estímulo focal é repleto de estresse, pela organização de uma nova rotina laboral e doméstica. Ainda como estímulo focal, observou-se as práticas religiosas para o alívio do sofrimento, o que compreende-se devido à dificuldade que sofrem em seu cotidiano. Quantos aos estímulos contextuais, a vida social é afetada e há um aumento dos afazeres domésticos aumenta inevitavelmente por conta da doença, a atenção volta-se totalmente a criança. Em relação aos estímulos residuais, notou-se que o medo da perda do filho é constante. Após a avaliação do comportamento, infere-se que a parte mais afetada é a emocional, ocorreram disfunções no modo fisiológico como aumento da pressão arterial, obesidade e sobrepeso, insônia e emagrecimento súbito. O modo do autoconceito é prejudicado, sempre priorizam as crianças ao invés de si mesmos. No que tange ao modo da função do papel para o familiar cuidador, o ponto de apoio é a família nuclear, na qual partilham e enfrentam os problemas emocionais e financeiros. Sentimento de tristeza, raiva e preocupação são observados com frequência no modo de interdependência. Portanto, este estudo na visão da Teoria de Adaptação de Callista Roy encaixou-se de modo ideal para a análise da vivência do familiar cuidador a criança com fibrose cística. Seguindo-se o percurso da teoria, pôde-se visualizar os estímulos recebidos do ambiente e como esses influenciam para o comportamento gerado.