ESTUDO DINÂMICO DA PROTEASE DO HIV-1 MULTIRRESISTENTE COMO PERSPECTIVA PARA DESENVOLVIMENTO DE CANDIDATOS A FÁRMACOS
Modelagem Molecular. Lopinavir. Protease HIV-1
Desde o primeiro diagnóstico de infecção por HIV, em 1981, até os anos 2000, o quadro epidemiológico tornou-se pandêmico (UNAIDS, 2016). Os inibidores da protease (IPs) do HIV são atualmente utilizados dentro do regime da terapia antirretroviral, com grande taxa de sucesso, aumentando a expectativa de vida dos pacientes. Entretanto existem aspectos preocupantes que requerem atenção, como o desenvolvimento de resistência e seus efeitos. A resistência viral é o resultado de complexa interposição de fatores, incluindo não somente as mutações, mas também fatores farmacocinéticos e interações droga-droga (ZHA et al., 2012). Já foram descritas 36 mutações de perda do sentido associadas à resistência. Há grande possibilidade de combinação de mutações, sendo acumuláveis na protease do vírus. Mutantes resistentes muitas vezes têm 20 ou mais mutações e estratégias para desenvolvimento de inibidores efetivos são constantemente revisadas (SHEN et al., 2015). Na natureza, o HIV-1 sofre pressão de mutação e pressão de seleção da terapia antirretroviral, conduzindo ao acúmulo de mutações combinadas. Desta forma, um estudo a partir da co-cristlização do complexo Lopinavir e protease do HIV-1, de isolado clínico multirresistente, pode ser mais representativo para investigação estrutural e elucidação dos mecanismos de resistência (LIU et al., 2013). Neste sentido, utilizando métodos computacionais de química teórica, busca-se elucidar o impacto das mutações do isolado clínico multirresistente MDR769, da protease do HIV-1, na interação com Lopinavir como base para proposição de modificações e otimização moleculares planejadas.