AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE BACTÉRIAS ISOLADAS DA RIZOSFERA DO AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea Mart.) PARA PROMOVER O CRESCIMENTO DE PLANTAS SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE HÍDRICO
PGPR; Bacillus proteolyticus; Priestia aryabhattai; Bioinoculante; Euterpe oleracea;
tolerância à seca;
Euterpe oleracea Mart., também conhecida pelo seu fruto, açaí, é uma palmeira nativa da região Amazônica. O estado do Pará, no Brasil, é responsável por mais de 90% da produção do açaí no país. A demanda pelo fruto no mercado nacional e internacional é crescente, porém, mudanças climáticas e doenças, como a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum sp., provocam queda na produção. Dessa forma, para equalizar a oferta à demanda, geralmente são adotadas medidas como o aumento da área cultivada em terra firme, o que necessita de altos investimentos econômicos, especialmente com irrigação. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o potencial de rizobactérias de açaí na promoção do crescimento das plantas (PGPR). Para isso, coletas de solo rizosférico de plantações de açaí de várzea e terra firme foram realizadas nos períodos chuvoso e de seca. O isolamento das estirpes bacterianas foi realizado pelo método de diluição seriada e após o isolamento, as estirpes foram submetidas a diferentes ensaios para avaliar a capacidade de promoção do crescimento vegetal. As análises do solo apontaram influência do período da amostragem sobre as propriedades físico-químicas das duas áreas, com aumento durante o inverno para a maioria dos componentes do solo, como matéria orgânica e relação C/N. Um total de 177 cepas bacterianas foram isoladas, entre essas cepas, 24% produziram AIA, 18% intetizaram ACC desaminase, 11% mineralizaram fosfato orgânico e 9% solubilizaram fosfato inorgânico, entre outras características. Interessantemente, 88% inibiram o crescimento de fungos fitopatogênicos dos gêneros Curvularia e Colletotrichum. Análises sob estresse hídrico simulado usando Polietileno Glicol 6000 revelaram que 23% das cepas exibiram tolerância. Duas cepas foram identificadas como Bacillus proteolyticus (PP218346) e Priestia aryabhattai (PP218347). A inoculação com essas cepas aumentou a velocidade e a porcentagem de germinação de sementes de açaí. Quando inoculadas em consórcio, 85% das sementes germinaram sob estresse severo, comparado a apenas 10% no tratamento controle. Portanto, essas bactérias mostram potencial para uso como biofertilizantes, melhorando o desenvolvimento inicial das plantas de açaí e contribuindo para práticas agrícolas sustentáveis.