FORMULAÇÃO DE REVESTIMENTO COMESTÍVEL CONTENDO Lactiplantibacillus plantarum B135 E APLICAÇÃO EM FRUTOS IN NATURA DE AÇAÍ (Euterpe oleracea)
Atividade Antagonista. Bactérias Probióticas. Euterpe oleracea. Revestimentos Comestíveis.
Nos últimos vinte anos, o consumo de açaí (Euterpe oleracea) tem crescido consideravelmente nos mercados nacional e internacional. Isso se deve aos benefícios à saúde humana relacionados ao seu caráter energético e nutritivo, bem como pelo fato de conferir propriedades funcionais aos seus consumidores em virtude do seu alto teor de fibras e antioxidantes. No entanto, esses frutos são bastante perecíveis e, em condições de umidade relativa e temperatura altas da região, há um rápido crescimento microbiano e a oxidação dos compostos fenólicos. Neste contexto, este estudo objetiva formular um revestimento comestível à base de uma emulsão de pectina contendo probióticos isolados do próprio fruto de açaí para prolongar a vida útil e aumentar a conservação dos antioxidantes. Uma planificação experimental foi desenhada para determinar os melhores percentuais de pectina, concentração de fase oleosa e quantidade de lecitina de soja em relação a fase oleosa. O revestimento comestível foi obtido por mistura da dispersão de pectina, à temperatura ambiente, em agitador magnético, até completa dissolução. Posteriormente, as cepas probióticas foram adicionadas cerca de 7,89 Log UFC mL-1 de Lactiplantibacillus plantarum B135 e os revestimentos foram obtidos por meio da emulsão formada no homogeneizador ultra turrax. A viabilidade celular foi acompanhada durante 14 dias e um modelo matemático foi obtido a partir do desenho experimental visando maximizar o número de células viáveis de L. plantarum B135 e otimizar a estabilidade da emulsão. A formulação otimizada foi aplicada contendo 10,1 Log UFC mL-1 de L. plantarum B135 em frutos de açaí in natura com ou sem presença de Escherichia coli e Salmonella typhimurium para acompanhamento da prateleira dos frutos no decorrer de 3 dias comparando-se com o grupo controle – sem revestimento –. A perda de peso e de compostos fenólicos majoritários foi acompanhada, bem como a viabilidade celular das bactérias probióticas e a atividade antagonista contra patógenos em frutos de açaí. Após 3 dias de tempo prateleira, obteve-se a redução tanto da oxidação de compostos fenólicos majoritários quanto da perda de peso dos frutos de açaí em relação ao grupo controle.