“Caracterização dos compostos orgânicos voláteis durante fermentação dos frutos de açaí (Euterpe oleracea) e avaliação de métodos de prevenção da transmissão oral de Trypanosoma cruzi na cadeia de comercialização do açaí.”
Doença de Chagas, pós-colheita, fermentação espontânea, Headspace dinâmico, GC-MS.
Surtos de Doença de Chagas (DC) via transmissão oral através de açaí contaminado tornou-se um dos grandes problemas que preocupam as autoridades da Amazônia. A transmissão oral se estabelece por meio da ingestão de açaí contaminado com formas tripomastigotas metacíclicas do Trypanosoma cruzi, proveniente de insetos infectados esmagados no momento do despolpamento ou seus dejetos fecais. A literatura científica sugere uma atração do inseto vetor o triatomíneo, pelos frutos de Euterpe oleracea, que sofrem fermentação espontânea, de maneira mais pronunciada, em ambientes de microaerobiose. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo a investigação de métodos de prevenção e controle tais como formas de inativação do T. cruzi, a fim de se garantir a inocuidade da bebida açaí. Além disso, quantificar por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massa (CG-MS), os compostos orgânicos voláteis produzidos durante a fermentação espontânea do açaí, e ampliar o conhecimento que ajude a compreensão do fenômeno de contaminação do açaí. Para isso, o processo de fermentação espontânea do açaí será acompanhado, em sistema fechado, com controle dos parâmetros: temperatura e umidade e concentração de CO2, nos tempos 0, 5, 10, 15, 20 e 25 horas, pós-colheita. Para a extração dos compostos orgânicos voláteis será otimizado um método em Headspace dinâmico. A identificação e quantificação dos compostos orgânicos voláteis será realizada por GC-MS. Para avaliação da sobrevida e viabilidade de T. cruzi amostras de fruto e sucos de açaí serão inoculados e submetidos a diferentes tratamentos físicos e químicos das etapas do pré-processamento do açaí.